Terceira parte da trilogia iniciada pelo diretor Roy Andersson no ano 2000 com “Canções do Segundo Andar” (Veja nosso comentário logo abaixo), intercalada com a parte 2 “Vocês, Os Vivos” de 2007, que eu — não de propósito — acabei deixando para ver por último.
Confesso que estava curiosíssimo para ver esse filme, depois que vi e li algumas críticas sobre ele. Não me decepcionou! Pelo contrário.
Aqui o diretor continua retratando a natureza humana com o seu olhar crítico e pessimista. São episódios curtos, com personagens surreais, caricatos, malucos, mesquinhos, tristes, depressivos, engraçados e surpreendentes.
Uma dupla melancólica de vendedores de apetrechos para divertimento (máscaras, dentes de vampiro, saco de risadas, etc...). Um filho que tenta a todo custo tirar a bolsa cheia de jóias que a mãe morimbunda teima em levar para o túmulo. Um rei homossexual que lidera uma tropa de soldados e dá uma paradinha numa lanchonete para tomar água, antes de prosseguir para a batalha. A incineração de um grupo de pessoas e a tortura de um primata em “homo sapiens” (sem dúvida, os dois episódios mais revoltantes do filme). Uma garçonete que recebe beijos em pagamento das contas dos seus clientes, seguindo o que diz a música, cantada por ela mesma.
E muitas outras maluquices, bizarras, revoltantes, hilárias e maravilhosas. O diretor aqui, preferiu usar o bege, fortemente presente em todos os cenários. A câmera, geralmente fica imóvel, grande parte dos personagens, idem, e a maioria das cenas são filmadas em um só ambiente.
Um deleite. Se você curte o surrealismo de Buñuel, a irreverência do Monty Python e gosta do cinema puro em sua essência, não deixe de ver.
O filme venceu o Leão de Ouro de Veneza, entre outros prêmios.
Nota 8.0 de 10
IMDb: 7.0
Nenhum comentário:
Postar um comentário