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segunda-feira, 28 de março de 2022

No Ritmo do Coração (CODA) - 2021 nota 7,7

Delícia de filme.

Ruby Rossi (Emilia Jones), é filha de uma família de pescadores surdos-mudos e adora cantar durante as pescarias. A moça, que leva uma vida duríssima, acordando ás três da madrugada e dormindo na sala de aula, ainda resolve se voluntariar para participar do coro da escola, de olho num rapazola bonitinho.

Só que a menina canta pra caramba e de cara já chama a atenção do professor de música.

A partir daí, as portas vão se abrindo, mas o trabalho, a dependência da família (afinal, ela é a única que fala e escuta), a colocam numa encruzilhada e chega uma hora em que ela vai ter que se decidir entre uma promissora carreira de cantora e o cheirinho de peixe.

Forte candidato ao Oscar de Melhor Filme, venceu com méritos, levando também a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante (Troy Kotsur), que é surdo-mudo de verdade, e Melhor Roteiro Adaptado. É aquele tipo de história que empolga pela beleza e a simplicidade mesclada com uma boa dose de humor e ainda por cima vem com um forte apelo à inclusão, retratando as dificuldades de pessoas especiais e trazendo um grande aprendizado para todos.

Gostei bastante.

Nota 7.7 de 10
IMDb: 8.0


Johnny Guitar USA 1954 nota 7,4

Western de ótima qualidade, estrelando o cumpridão Sterling Hayden e a mocinha de “Fogueira de PaixãoJoan Crawford.

Filme tenso, nervoso, que gruda a gente no sofá e é capaz de fazer com que os mais impressionáveis acabem dando uma roída nas unhas.

O pistoleiro, ou melhor, o seresteiro Johnny Guitar ou Johnny Logan, chega na cidade para auxiliar Vienna, seu amor do passado a encarar uma situação complicada, em que uma megera chamada Emma (Mercedez McCambridge) e mais alguns pelegos, querem desalojá-la de seu reduto, porque uma ferrovia está a caminho e o lugar vai ter uma valorização astronômica.

Além disso Emma “a megera”, tem ódio mortal de Vienna, porque seu “crush”, Dancin Kid, é apaixonado pela moça, que é proprietária do Saloom, por onde passará a ferrovia.

Mas as coisas acabam se complicando ainda mais, depois que um assalto à diligência e outro à banco, é aproveitado pela Emma Megera, para jogar as suspeitas em cima de sua rival, deixando a mulher, literalmente com a corda no pescoço.

Quem curte um bom clássico de western, não deve dispensar. É um filmão.

Com Ernest Bornigne e John Carradine.

Nota 7.4 de 10
IMDb: 7.6


Amor Sublime Amor (West Side History) USA 2021 nota 6,7

Com spoilers.

Nunca fui muito fã dessa adaptação de Romeu e Julieta, desde a versão clássica de 1961.

Agora temos esta opção spielberguiana que para mim, não acrescentou nada à primeira e ainda ficou devendo uns trocados, ficando bem abaixo das minhas expectativas.

Tudo acontece em dois dias num bairro periférico de Nova York. A discórdia corre solta entre duas gangs de jovens, os Jetts que são os americanos liderados por Riff vivem se hostilizando com os Sharks (não vou entrar no mérito do porque da escolha de um nome americano), os puerto-riqueños liderados por Bernardo. Num baile que (sabe-se lá por quê), reúne jovens das duas nacionalidades, Tony (Ansel Elgort), um americano, se encanta pela puerto-riquenha, Maria (Rachel Zegler), irmã de Bernardo, que foi para o baile acompanhada por Chino, um pretendente com cara de nerd. Acontece que a muchacha também acaba se engraçando pelo bonitão da terra do Tio Biden...

Mas segundo uma regra estabelecida, americano não pode namorar porto-riquenha, porto-riquenho não pode namorar americana nem vice e versa e menos ainda versa e vice, então o pau acaba comendo solto. Ou quase.

Riff e Bernardo, combinam se encontrar na noite seguinte com seus pupilos, para um entrevero da moléstia, acompanhados pela dupla dos “deixa disso, mano”: Tony pelo lado dos Jetts e Chino pelo lado dos Sharks. Mas como se pode prever, a peleja acaba acontecendo e dando merda. Os dois líderes acabam saindo de lá na horizontal.

Não gostei da mocinha Rachel Zegler, é feinha e não dá tesão, a qualidade da menina é que ela canta muito (afinal é cantora), mas mesmo cantando muito, não me empolgou, Natalie Wood, ganha de lavada.

Interessante foi a ideia de convidar a Rita Moreno (que faz a Anita na versão original e levou para casa o Oscarzão de Atriz Coadjuvante), para interpretar Valentina na versão atual. Confesso que estava com dó da velhinha por ela ter sido a responsável pela morte do seu protegido (afinal foi ela quem disse para ele que Chino havia matado Maria), mas quando ela aparece na rua e vê Tony morto, Maria viva e não demonstra nenhum sentimento, aí eu desisti de vez... Spielberg já foi melhor.

Interessante: Ariana DeBose, a Anita desta versão, também concorreu ao Oscar de Coadjuvante. E faturou.

É um filme bonito visualmente, enche os olhos e nem parece que tem 2h36’, mas a história não empolga, parece uma base segmentada, em que a estrutura foi desmembrada e não colaram direito.

Fico me perguntando: Não seria mais proveitoso se ele, Spielberg, tivesse escolhido alguma coisa mais alegre para um remake? Tipo um “Expresso de Chicago”, um “Sorcerer”, ou até uma versão comédia de “Columbo”?

Quem sabe na próxima?

Segue as indicações:

Melhor Filme – indicação injusta (a versão de 1962, ganhou o Oscar)

Melhor Diretor – indicação injusta, apesar de ser Spielberg (a versão de 1962, também ganhou)

Melhor Atriz Coadjuvante – fiquei em cima do muro (na versão de 1962, Rita Moreno ganhou)

Melhor Direção de Arte – indicado com justiça (a versão de 1962, ganhou também com justiça)

Figurino – indicação justa (a versão de 1962, ganhou, acho que foi justo também)

Som – indicação justa (a versão de 1962, ganhou, além de Melhor Trilha Sonora)

Fotografia – indicado com justiça (a versão de 1962, ganhou também)

Design de Produção – indicado com muita justiça

Ariana DeBose repetiu a dose e levou o Oscarzão para casa. E só... no restante das indicações, o filme perdeu em todas. Agora eu pergunto: Pra que fazer um remake pior do que o original? E ainda por cima de um filme manjado desse?

Acorda Spielberg...

Nota 6.7 de 10
IMDb: 7.4


O Vampiro do Lago (The Lake Vampire) Venezuela 2018 nota 5,1

Filmeco vagabundo, cujo mérito é se destacar mesno sendo originário de um país sem nenhuma tradição na sétima arte. Olhando de um certo ponto de vista, até convence, mas ainda assim, é uma bela perda de tempo.

Escritor de relativo sucesso, fica sabendo de um caso em que um homem matou várias mulheres e bebeu o sangue delas e fica interessado na história, a ponto de jogar para escanteio uma linda ragazza que vive lhe dando uma bola maior do que o globo terrestre.

Aporrinhando um e outro, encontra o antigo policial encarregado do caso (que já não está na ativa) e vai descobrindo detalhes escabrosos, até que em certo momento ele se depara com uma tragédia para a qual, não estava preparado.

Não é nada mais do que uma história cheia de clichês, com um protagonista inexpressivo e sem carisma. Nem sei porque resolvi baixar essa coisa, em algumas cenas, se torna asqueroso e apelativo na intenção de chocar e ganhar alguns pontinhos com os valentões de poltrona.

Pouca coisa se aproveita, passe longe.

Nota 5.1 de 10
IMDb: 6.0

A Fuga (Flee) Dinamarca 2021 nota 7,6

Mais um ótimo filme indicado ao Oscar 2022.

Flee (premiado em Cannes), concorre nas categorias de Melhor Filme Internacional, Melhor Filme de Animação e Melhor Documentário.

Conta a história verídica de Amin, um menino refugiado do Afeganistão na década de 90 e acompanha sua trajetória, junto com sua mãe, o irmão mais velho e suas duas irmãs, também mais velhas.

Tudo é mostrado do ponto de vista do diretor, por meio das entrevistas que o próprio Amin concedeu, depois de finalmente poder falar sem medo de prejudicar a família, pois foi orientado assim, por um detalhe que vou omitir para não gerar spoilers e roubar o efeito de descobrir durante o filme.

Amin é gay e este foi mais um dos motivos que fizeram da sua história algo digno de ser retratado, mas como sabemos, nem sempre uma boa história é suficiente para tornar um filme bom, é preciso que seja contado da maneira certa e Flee, sem dúvida nenhuma, foi muito bem contado, incluindo trechos verídicos resgatados de reportagens televisivas inseridos na animação.

Ainda preciso assistir outros candidatos, tanto da categoria Animação, como de Documentário, por isso não vou palpitar, mas acho que Flee era um grande concorrente. Não ganhou em nenhuma das categorias, mas acho que as indicações já foram uma grande conquista.

Nota 7.2 de 10
IMDb: 7.3


Dias Perfeitos (Perfect Days) - Japão/Alemanha 2023 nota 7,8

Indicado ao “ Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ” e dirigido pelo prestigiado  Wim Wenders “ Asas do Desejo ”, “ Paris Texas ”, Dias Perfei...