1883 Minissérie – USA 2021/2022 nota 7,3

Série Western na época da colonização nos Estados Unidos pós Guerra Civil.

O Capitão Brennan (Sam Eliott) e seu parceiro Thomas (LaMonica Garrett), aceitam a difícil (pra não dizer impossível) tarefa de levar um grupo de inocentes poloneses para algum lugar no Oregon, onde haja boas terras para o cultivo e onde eles possam se instalar e começar uma nova vida.

Já de início eles encontram uma família que também vai praquelas bandas e acabam se unindo a fim de se ajudarem na luta contra ladrões, bandidos, assassinos e o povo índio, nativo.

De cara, já percebemos pelos comentários pessimistas do Capitão que nem todos chegarão no destino final, a previsão vai se confirmando e a viagem ficando mais difícil a cada episódio.

Narrado por Elsa (Isabel May), a filha moça da família agregada, a série segue um rumo indefinido, catastrófico, porém poético e filosófico, num lugar onde a misericórdia não existe. Há diálogos afiados, inteligentes e as vezes até bem humorados, mas a gente sente que uma nuvem negra paira sobre as cabeças do grande comboio de carroças. 

A morte está à espreita, em cada curva, cada travessia, cada moita de capim e até entre os próprios imigrantes

Para mim, Sam Elliott foi a escolha perfeita para o papel de Capitão, LaMonica Garrett, idem e Isabel May, também está maravilhosa.

A cada episódio, tememos por eles, enquanto acompanhamos amores nascendo e morrendo, pessoas evoluindo como seres humanos ou se tornando bestas assassinas e o roteiro, excepcionalmente bem escrito por Taylor Sheridan (“Sicário: Terra de Ninguém, ”A Qualquer Custo”, “Terra Selvagem”), dá um tom cheio de poesia no desenrolar de cada capítulo.

Apesar disso tudo, acho que no desfecho ele pisou feio na bola, enfim...

Com Tim MacGraw e Faith Hill.

Nota 7,3 de 10 => IMDb: 8.8

Sonic 2: O Filme (Sonic: The Hedgehog 2) – USA 2022 nota 6,2

Segunda aventura do bicho azul ouriçado velocista da SEGA.

O Doutor Robotnik escapa do seu exílio no planeta dos cogumelos (que surpresa!!) e volta para a Terra para se vingar do seu inimigo mortal, agora com a ajuda incrivelmente providencial do poderoso Knukles o último sobrevivente de uma linhagem de ouriços vermelhos falantes provenientes pertencente à raça dos Eqdinos, que está em busca do Diamante Esmeralda, uma relíquia que concede poder supremo a quem se apoderar dela e que foi escondida no nosso planeta pela galera das Corujas, (aquelas do primeiro filme).

Mas acontece que Sonic também terá ajuda, pois providencialmente (também), Tales, a raposinha esperta de suas aventuras nos jogos, também aparece para equilibrar a peleja.

Mesmo com as caretas e o hilário bigode do Jim Carrey, o filminho é mais do mesmo, um básico passa tempo pra ver junto com a criançada. Nada além disso.

É aquele filme que tanto faz, até para os fãs dos personagens, ver ou não ver, não vai alterar em nada sua formação cultural, filosófica, emocional.

E vem mais Sonic por aí.

Nota 6,2 de 10 => IMDb: 6.5

Agente Oculto (The Gray Man) - USA 2022 nota 7,0

Sierra Six (Ryan Gosling), é um matador profissional treinado pela CIA. O cara mata com facilidade e é duro de ser morto. Quando um pen-drive contendo informações sobre traição na alta cúpula da agência, cai em suas mãos, Lloyd (Chris Evans), um sujeito meio psicopata, meio insano, com culpa no cartório, convoca uma força tarefa terceirizada, composta de matadores profissionais de todas as partes do mundo para dar um jeito no cara e recuperar o artefato dedodurolento.

“Six”, contando apenas com a ajuda de sua parceira de última missão, Dani Miranda (Ana de Armas), vai ter que enfrentar chumbo do grosso para chegar até onde seu treinador e amigo está sendo mantido refém juntamente com a filha, justamente para esse fim: pra que ele apareça e depois seja "desaparecido".

Filme da Netflix, baseado em livro de Mark Greaney. Eu li o livro antes de ver o filme e a tendência se confirma: O livro é melhor.

Mas o filme também é bom, há algumas diferenças, porque os roteiristas adoram inventar, mas mesmo assim, vale uma espiada.

Muita ação, perseguições, tiroteios, fugas mirabolantes e explosões a rodo.

Wagner Moura, o Capitão Nascimento de “Tropa de Elite” aparece num papel menor, mas de certa importância.

Com Billy Bob Thornton (o primeiro husband de Mme. Jolie) e Alfre Woodard.

O diretor Anthony Russo (aqui em parceria com seu irmão, Joe Russo), está acostumado a trabalhar com muita grana, já dirigiu alguns filmes para a Marvel, “Vingadores”, “Capitão América”, Homem de Ferro” e outros.

Vai que dá.

Nota 7,0 de 10 => IMDb: 6.5

Não! Não Olhe! (Nope) - USA 2022 nota 6,8

É um Jordan Peele (o terceiro dele), então não tem como não ser interessante. Além disso, a exemplo de “Corra” e ”Us”, o filme tem lá sua dose de entranheza, bizarrice, desconcertância, reviravoltas e todos os ingredientes que tornaram esse cara famoso como diretor.

Família treinadora de cavalos para filmes e programas de TV, perde seu patriarca em um acidente mal explicado, mal investigado e mal indenizado, deixando os irmãos O.J. (Daniel Kaluiya) e Emerald (Keke Palmer) numa bela pindaíba financeira. O pior é que O.J. não parece levar muito jeito para dar continuidade no legado da família, o obrigando a se desfazer de seus belos animais, para o dono de um

Parque Temático, um ator que escapou de uma chacina ocorrida já muito tempo, durante a gravação do episódio de um Siticom de sucesso na época. Mas eis que um acontecimento fora dos padrões, perto do rancho e envolvendo o Parque Temático que fica próximo dali, parece ser a oportunidade para resolver de vez os problemas financeiros de O.J. e Emerald. O que eles não imaginam, é que vão estar lidando com uma criatura não catalogada na fauna terrestre, devoradora de pessoas, animais e tudo que olhar para ela.

Na minha opinião, o sucesso andou subindo um pouquinho na cabeça do diretor e roteirista, porque a história acaba lembrando “Predador” e também vem recheada de absurdos, incoerências e inverossimilhanças.

Mas quem liga, não é? É Jordan Peele e só por isso, já vale uma expiada. E o filme também é interessante, tem ótimo elenco, mistérios, um pouco de humor e bastante suspense. Duvido que você não goste.

Com Steven Yeun de Walking Dead e mais um monte de filmes recentes..

Atenção para a música “Urban Legends” de Michael Abels, uma bonita homenagem a Ennio Morricone e os Westerns Spaghetti de Sergio Leone.

Nota 6.8 de 10 => IMDb: 7.0

Men UK 2022 nota 6,5

Jessie Buckley essa cantora e atriz irlandesa, parece estar seguindo uma tendência de escolher filmes esquisitos para botar no currículo.

Depois de estrelar em 2020, ao lado de Jesse Plemons o surpreendente (e esquisito) “Eu Estou Pensando em Acabar com Tudo” de Charlie Kaufman (o diretor de “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”), ela foi indicada ao Oscar de Atriz Coadjuvante ao interpretar “A Filha Perdida” da Olivia Colman no filme homônimo e um tanto estranho. Agora a mocinha de 32 anos, aparece nesse esquisitíssimo “Men” filme inglês de 2022.

Harper é uma jovem senhora recém enviuvada que decide tirar umas férias longe da cidade grande para se recuperar do trauma de ter visto seu marido morrer.

Ela aluga uma casa que parece ter sido construída na época medieval, num povoado longínquo, afastado de tudo e de todos os seres humanos normais do planeta, porque aos poucos ela vai percebendo que foi parar num lugar de desequilibrados ou possuídos por algum tipo de distúrbio, porque parece que ninguém regula muito bem por alio.

A ideia não é tão original assim, o gênio incompreendido, H. P. Lovecraft, já tinha contado uma história semelhante em 1917 no seu “Dagon” que acabou também nas telonas num filme produzido em 1981, na Espanha (veja nossa crítica aqui mesmo, é só ir na procura e digitar “Dagon”).

Apesar da falta de originalidade, o filme segura a gente na frente da telinha, o problema é que a coisa acaba ficando cansativa de tanta maluquice sem explicação e quando o filme deslancha rumo ao seu desfecho, as coisas pioram, ou melhoram se você curte uma boa esquisitice sem explicação.

Não é ruim, mas faltou a veia da coerência e a bizarrice tomou conta da história. Não desaconselho, mas já vou avisando: não espere nenhuma lógica no final.

Com Rory Kinnear de “007: Um Novo Dia para Morrer”.

O diretor Alex Garland dirigiu “Ex-Machina: Instinto Artificial” em 2014

Nota 6,0 de 10 => IMDb: 6.1

Top Gun: Maverick USA 2022 nota 7,5

Ótima continuação de “Top Gun: Ases Indomáveis” de 1986.

Aqui, Pete Mitchel (Codinome Maverick), é recrutado para uma missão que além de ser quase um suicídio, ainda vai trazer de volta alguns dramas do seu passado.

Na minha opinião é melhor do que o original, no primeiro filme, o enredo se dividia em importância na disputa entre os recrutas e o romancezinho água com açúcar de Pete e Charlie (Kelly McGill), embalado por “Take My Breath Away” do Berlim.

Aqui tem muito mais ação e várias cenas aéreas para ver e rever.

Patriotismo, honradez, heroísmo, insubordinação, provocações e um romance com a dona da cantina, Penny (Jennifer Connely) e o sessentão Tom Cruise em plena forma, dando credibilidade nas manobras arriscadas. Val Kilmer (Iceman) aparece rapidamente, mas em um papel de destaque e o confronto final reserva uma boa reviravolta, mas nada de tão surpreendente.

Tudo na medida certa, sem exageros e nem pieguices.

Papéis de destaque também para Miles Teller de “Divergente”, John Hamm de “Nem um Passo em Falso” e Glen Powell de “Estrelas Além do Tempo”.

Diversão garantida e altamente recomendável.

Nota 7,5 de 10 => IMDb: 8.5

Os Inocentes (De uskyldige) – Noruega 2021 nota 6,8

Terror e suspense bem dosados em um filme chocante sobre crianças com poderes mediúnicos e telecinéticos, moradoras de um condomínio de classe média.

A chegada da família da pequena Ida e sua irmã autista Anna, vão provocar comportamentos anormais em duas crianças, Ben o garoto cruel e o mais poderoso da turma e a pequena Aisha. As brincadeiras vão avançando por caminhos perigosos e as disputas comuns desta fase da infância vão se transformando em algo terrível e mortal.

Tenso, assustador e previsivelmente trágico, o filme não alivia a barra e vai fundo na questão. Talvez pela falta de noção relativa à idade, ou porque toda criança é cruel mesmo, o filme assusta e causa impacto.

Se você gosta do tema, vá em frente. Não é filme pra esquecer tão cedo. 

Nota 6.8 de 10 => IMDb: 7.0

O Predador: A caçada (Prey) – USA 2022 nota 7,3

Naru (Amber Mithhunter) é uma jovem índia comanche que não se rende à sua condição feminina num ambiente machista, em que a hegemonia masculina não tolera nem de brincadeira que uma mulher se meta a ser uma guerreira.

Acontece que a garota é marrenta e sabe das suas qualidades explícitas e incontestáveis, mas apesar de suas façanhas serem escancaradas aos olhos de todos, a inveja de outros jovens guerreiros aliada à negação machista, não permitem que ela tenha vida fácil.

Contrária a tudo isso, ela treina, se dedica ao máximo se preparando para uma jornada que eles chamam de Kühtaamia, quando deverá derrotar um animal selvagem de grande porte, um leão ou um urso e assim provar que pode ser uma guerreira. O único apoio que ela consegue é do seu irmão, Taabe e mesmo assim, com reservas.

Quando ela percebe que algo desceu do céu nas proximidades da sua aldeia, decide que o animal que veio do espaço é aquele que ela vai enfrentar e conseguir mostrar o seu dom, o que ela não sabe é que o dito cujo que ela quer derrotar, é um Predador. E além disso, também vai ter que lidar com caçadores idiotas, assassinos metidos a espertalhões.

Nessa nova produção da franquia, a história se passa trezentos anos antes da primeira aparição da criatura e dá mostras que parece estar longe de encerrar a lista de filmes baseados nela.

"O Predador" foi criado para os quadrinhosa por Jim Thomas e John Thomas em 1985 e levado às telas por John McTiernan em 1987 com o grande Shwarza como protagonista.

O filme aqui resgata algum clima do primeiro filme, nada que se compare à maestria do mestre McTiernan (Duro de Matar, Caçada ao Outubro Vermelho), em criar suspense de dar friagem na espinha dorsal, mas as locações na selva ajudam bastante e as cenas de ação também, tanto nos combates com humanos, como quando o monstrengo caça animais. As cenas da luta com o lobo e o urso, não é pra se ver uma vez só. Eu vi umas três vezas cada...

Em resumo, digo que o filme me surpreendeu positivamente. Esperava alguma coisa meio “Disney”, uma espécie de Mogli ou Pocahontas X Predador, mas vi um filme agradável, violento e com muita ação, protagonizado por uma simpática indiazinha e seu inseparável Sarii.

Recomendo a todos que gostam de um bom filme de ação.

Nota 7,3 de 10 => IMDb: 7.2