Caçador de Recompensas (Dead For a Dollar) – USA 2022 nota 5,9

Western dirigido por Walter Hill, diretor de grandes sucessos da década de 1980/1990.

“48 Horas”, “Aliens: O Resgate”, “Ruas de Fogo”, etc...

É claro que eu não ia deixar de ver.

Acontece que Walter Hill, agora com 80 anos, não é mais o mesmo e apesar do elenco de peso, Christoph Waltz, Willem Dafoe, Benjamin Bratt e Rachel Brosnahan, o filme fica ali na média.

Na história, Max Borlund (Waltz), é contratado para resgatar a esposa de um ricaço, sequestrada por um soldado desertor.

Ele vai ter a ajuda de outro soldado (Warren Burke), já que o exército também se interessa pela captura do indivíduo, mas Joe Cribbens (Dafoe), antigo inimigo e Tibério Vargas (Bratt), o mandachuva da cidade em que o casal vai se esconder, vão dificultar a vida do caçador.

Para ajudar, a esposa branca sequestrada, parece ter ido por vontade própria.

Um bom roteiro desperdiçado pela mão cansada de Hill e além disso, a fotografia amarelada para dar um tom de temperaturas extremas, não foi muito bem trabalhada.

  Depois de alguns empurrões, o filme acaba pegando no tranco, mas quando pega, acaba. 

Vale pelo elenco e pelo diretor.

Nota 5,9 de 10 => IMDb 5.4

O Culpado (The Guilty) – USA 2021 nota 6,1

Antoine Fuqua (“Dia de Treinamento”, “O Protetor”, “Sete Homens e Um Destino”), aceitou dirigir o remake deste filme dinamarquês intitulado “Den Skyldige” ou “Culpa” como foi renomeado por aqui.

O filme de 2018 está muito melhor avaliado no IMDb e foi baseado em uma história real.

Fuqua até que seguiu fielmente a história, mas apesar de ter Jake Gyllenhaal como protagonista, o resultado não foi muito além do mediano.

Policial rebaixado ao posto de atendente, recebe chamado telefônico de uma mulher que passa a falar com ele em código, porque está sendo vítima de sequestro e ele a todo custo tenta resolver a situação por meio de seus contatos.

Um providencial incêndio florestal de grandes proporções torna tudo muito mais difícil.

O diretor ainda contou com a ajuda de Ethan Hawke, Paul Dano e Peter Sarsgaard (True Detective), que não aparecem, mas emprestaram suas vozes para alguns personagens.

O filme não é ruim, só ficou devendo...

Nota 6,1 de 10 => IMDb 6.3

Plano de Família (The Family Plan) – USA 2023 nota 6,3

Comédia com Mark Whalberg e Michelle Monagham, em que um assassino profissional acaba descoberto 18 anos depois de sua “deserção”. História mais batida do que bife de pensão, mas que ainda rende bons filmes, pois a figura do cara fodão que é confundido com um banana, atrai a curiosidade e gera aquela expectativa de vê-lo em ação.

Aqui, o pacato vendedor de carros Dan Morgan (Wahlberg) precisa de repente inventar uma viagem com a família para protege-los e fugir dos assassinos (claro, temos o velho clichê do ex-assassino caçado pelos antigos colegas). As melhores piadas acontecem quando Don em plena fuga com o carro cheio de gente, faz o que pode para manter seu segredo.

Com o eterno vilão Ciarán Hinds como o vilão, é claro.

Diversão leve e descontraída apesar de muitos CPF’s de malfeitores sendo cancelados sem apelação.

Dá pro gasto.

Nota 6,3 de 10 => IMDb 6.3

A Noite Que mudou o Pop (The Greatest Night of Pop) – USA 2024 nota 9,0

Direção de Bao Nguyen, embora em certos momentos temos a impressão de que o diretor é Quincy Jones.

O documentário mostra os bastidores da maior reunião de estrelas da música de todos os tempos e como nasceu, foi criado, planejado e executado o projeto “USA For Africa”.

Um documentário histórico, que assim como a música, é um documento a ser guardado, revisto, mostrado para os netos, bisnetos e assim como nós eles, os nossos netos, também devem mostrar para os seus.

Entre 23 de Dezembro de 1984 a 28 de Janeiro de 1985, foi que tudo aconteceu, mas como aconteceu, é algo que nunca imaginamos.

Emocionante, divertido, tenso, surpreendente e maravilhoso.

Mesmo os mais jovens que não viveram a comoção que a música causou quando foi lançada, não devem deixar de ver.

Vale muito, mas muito mesmo a pena conhecer essa história.

Altamente, grandemente, profusamente, extremamente recomendado. 

Nota 9.0 de 10 => IMDb 8.1

Wonka – USA 2023 nota 7,0

Depois que Tim Burton em 2005, dirigiu a sua versão do clássico “A Fantástica Fábrica de Chocolate” de 1971, algum gênio das terras hollywoodianas (na verdade são três roteiristas), teve a ideia de contar a origem de Willy Wonka.

O diretor Paul King, dos dois “As Aventuras de Paddington) e mais nada, aceitou a incumbência e voilá...

Temos um musical estrelado pelo namoradinho americano do momento Timothée Chalamet, que amparado por um elenco de peso, dá conta do recado.

O filme se desenrola (modo de falar, porque hoje é tudo digitalizado) como um conto de fadas. Garoto pobre, chega do interior com o sonho de fabricar e vender chocolate em Londres, arte que aprendeu com a sua saudosa mãezinha, representada por Sally Hawkins de “A Forma da Água” de Guillermo del Toro.

Mas ele acaba topando com uma quadrilha de malandros que vai atrapalhar seus planos e além disso, a concorrência chocolateira resolve exterminar o moleque de modo “definitivo” (ué... exterminar já é definitivo, não?).

Mas como acontece nos contos de fadas, o nosso cantante herói vai fazer amigos, e esses amigos vão ajuda-lo a concluir sua jornada.

Roteiro bem amarrado (apesar que nunca é mencionado como três frutos de cacau podem durar daquele jeito e render tanto chocolate). As músicas não chateiam, Timothée Chalamet canta razoavelmente bem, então prefira a versão original. A versão dublada chega a ser constrangedora.

Com o bom Hugh Grant e a ótima Olívia Colman, ambos muito requisitados ultimamente.

Diversão para toda a família.

Nota 7.0 de 10 => IMDb 7.1

As Melhores Famílias (Las Mejores Familias) – Peru 2020 nota 6,9

Comédia familiar peruana de qualidade, leve e divertida.

Família de classe alta se reúne para celebrar o aniversário de uma das irmãs. Um dos irmãos que se dizia gay, aparece com uma namorada. Não uma namorada qualquer, a moça carrega sem saber, um segredo envolvendo patroas e funcionárias, que vai botar fogo na festa e então, muita roupa suja vai ser lavada.

Tem seus momentos dramáticos, mas o filme é bem escrito e bem dirigido. O ritmo é acelerado e as confusões acontecem em sequência. Impossível não se divertir.

Lembra alguns especiais da Globo, mas sem suas habituais apelações explícitas e sem se “ancorar” em apoios demagógicos à diversidades.

Recomendo. 

Nota 6,9 de 10 => IMDb 6.4

Concorrência Oficial (Competência Oficial) – Espanha/Argentina 2021 nota 6,8

Filme dos diretores argentinos Mariano Cohn e Gastón Duprat, que a exemplo dos Irmãos Coen, sempre trabalham em dupla. Claro que, sem o mesmo prestígio.

Mas esse trabalho não ficou devendo muito, está aí um bom filme. 

Um milionário em fim de carreira, quer deixar algo grandioso para a posteridade.

Surge a ideia de produzir um filme. Não um filme qualquer, um filme baseado em um bestseller, dirigido pelo melhor diretor, ou diretora da atualidade e estrelado pelos dois maiores atores do cinema espanhol.

A partir daí, Penélope Cruz como a diretora Lola Cuevas, Antônio Banderas como Félix Rivero e Oscar Martínez como Iván Torres, vão começar os ensaios para a produção do filme.

Uma certa rivalidade que já existia entre a dupla, acaba aflorando e isso vai render algumas disputas e boas risadas.

O filme fica entre o divertido e o dramático, com algumas pitadas de surrealismo. Como a cena da dança e dos beijos.

Bom divertimento.

Nota 6.8 de 10 => IMDb 7.0

Fauda 1ª temporada – Israel 2015 nota 7,7

O dia a dia de um grupo montado para o combate ao terrorismo do Hamas. A história começa quando surgem suspeitas de que Taufiq Hammed (Hisham Suliman), um dos maiores lideres do grupo terrorista, que o próprio Hamas noticiou que tinha sido morto em um confronto, está vivo e planejando um atentado de grandes proporções.

Começa então uma caçada sem descanso, liderada por  Doron Kavillio (Lior Raz).

Não espere efeitos especiais ou algo poético ou histórico enaltecendo heróis. A série é tensa, crua, atual e violenta (no sentido de disseminar o terror, o medo e a insegurança).

São episódios de 30 minutos e cada um deles, vai mostrar um dia a dia bem diferente desse em que vivemos.

Não perca.

Nota 7.7 de 10 => IMDb 8.3

Assassinos da Lua Das Flores (Killers of the Flower Moon) – USA 2023 nota 6,0

Um filme grandioso, mas mórbido, cruel, torturante. Um longo desfile de monstruosidades, falsidade, manipulação, corrupção, preconceito, racismo, ganância, impunidade e mais um monte de coisas ruins. Um elenco encabeçado por um Robert DeNiro, que com a sua interpretação odiosamente perfeita, faz tudo parecer tão ruim como foi de verdade. O filme de Martin Scorcese (indicado a Melhor Filme e Melhor Direção, entre outras categorias), é baseado em um livro publicado em 2017. O escritor David Grann, narra a tragédia que recaiu sobre o povo Osage, no estado de Oklahoma na década de 1890. Os brancos não se conformaram com a riqueza que o petróleo encontrado nas terras indígenas trouxe para o povo nativo.

Leonardo di Caprio é Ernest, sobrinho de William Burke (DeNiro, indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante), que seguindo ordens do tio, casa-se com Molli (Lily Gladstone, indicada ao Oscar de Melhor Atriz).

A estratégia (que fica clara desde o início, só para justificar que não estou criando spoilers), é herdar as terras da mulher, depois de sua morte por algo planejado.

Em meio a isso, horrores e mais horrores vão se sucedendo com o povo Osage em 3h20 de duração. Em um certo momento, passei a adiantar partes do filme. 

Está indicado a várias categorias no Oscar 2024, mas eu não aguentei assistir. É dose para masoquista desenganado.

Participações de:

John Lithgow

Brendan Fraser

Jesse Plemons

Nota 6,0 de 10 => IMDb 7.7