Missão de Sobrevivência (Kandahar) - USA 2023 nota 7,1

Depois de alguns filminhos de ação sem muita qualidade, Gerard Butler enfim consegue estrelar um bom filme de ação.

Ele é um agente da CIA disfarçado de engenheiro que por meio de alguns contatos, vai realizar uma manutenção de provedor Wi-Fi em uma usina afegã e como estava por ali, mesmo, aproveita para sabota-la.

Um vazamento coloca o dele na reta e ele é descoberto. Impedido de sair do país por meios normais, os seus chefes o abandonam (claro) e ele, perseguido por todos os demônios daquele país hostil, tem que se virar só com a ajuda de um amigo, Roman (Travis Fimmel) e um intérprete chamado Mohammad (Navid Negahban), para atravessar territórios que são verdadeiros campos minados, correndo o risco de ser capturado ou morto a todo instante.

Tem marmelada? Tem, sim senhor!

Furos no roteiro? Tem, sim senhor!

Incoerências absurdas? Também tem, sim senhor.

Mas o filme tem uma pegada boa e o suspense é sufocante, ainda mais naquela terra seca, onde não existe água e não se vê uma planta sequer, mas todo mundo tem uma SUV da Toyota ou um carrão da BMW.

Ótimo passatempo.

Mas também, é só.

Nota 7,1 de 10 => IMDb 6.10

Incêndios (Incendies) - Canadá/França 2010 nota 8,4

Dirigido por Denis Villeneuve (Duna I e II) e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2010, é um filme para ficar esculpido na memória de qualquer cinéfilo.

É baseado numa peça teatral chamada “A Mulher que Canta” de Wajdi Mouawad.

No início, vemos um menino com três marcas no calcanhar, tendo seu cabelo raspado. Reparem no olhar do garoto.

O filme avança alguns anos e mostra um casal de gêmeos (Jeanne e Simon), sentados diante de um advogado para ouvir a leitura do testamento da mãe.

A partir daí, cada um recebe uma missão e só depois de cumpri-la é que poderão dar um enterro digno para a falecida.

É um drama de suspense e violência, envolvendo a guerra do Líbano entre cristãos e muçulmanos, enquanto Jeanne (Mélissa Désormeaux-Poulin ), segue pistas para encontrar um provável irmão que eles até então ignoravam.

Uma terra árida, onde predomina o ódio e o fanatismo religioso. A cena do ônibus é chocante, mas se prepare, porque o desfecho é mais.

Um filme inesquecível.

Altamente recomendado.

Nota 8,4 de 10 => IMDb 8.30

Dinheiro Fácil (Dumb Money) USA 2023 nota 7,0

Imagino que o título original não foi muito bem vindo por aqui, devido à densidade demográfica de trouxas no nosso país.

É uma história verídica (dramatizada, é claro, para se encaixar nos padrões cinematográficos) e se passa no ano de 2020 em plena era pandêmica 

Paul Dano (sempre eficiente), é Keith Gill que acaba causando o caos em Wall Street após as ações da Game Stop dispararem devido a um movimento organizado por ele e outros pequenos investidores no fórum Wall Street Bets, o Reddit, causando bilhões em perdas para grandes fundos de investimento.

Dirigido por Craig Gillespie, tem um elenco de peso e segue uma linha meio satírica, fazendo com que o filme corra solto e sem dramalhões enfadonhos. 

Com:

Paul Dano

Pete Davidson

Vincent D'Onofrio

Seth Rogen

Shailene Woodley

America Ferrera

Sebastian Stan

Anthony Ramos

Clancy Brown

Filminho legal.

Obs: Na dublagem também falam “dinheiro fácil”, em vez de “dinheiro dos trouxas”, até entendo. A "carapuça" poderia servir em alguns dumbs tupiniquins.

Nota 7.0 de 10 => IMDb 6.9

Bad Boys: Até o Fim (Bad Boys: Hard or Die) nota 6,2

Quase trinta anos depois do primeiro “Bad Boys” dirigido por Michael Bay em 1995 (nem parece que faz tanto tempo não é...), chega esse “Bad Boys: Até o Fim".

O filme manteve a estrutura, mas acaba sendo uma continuação para aliviar um pouco a barra do Armando ((Jacob Scipio), filho de Mike (Will Smith)) (perdoem o excesso de parênteses), que no filme anterior “Bad Boys Para Sempre” de 2020, revelou-se um assassino sanguinário.

Desta vez, eles enfrentam a corrupção na polícia envolvendo a morte do capitão Howard. O elenco é bem montado, o roteiro segue o usual e os diretores (Adil El Arbi e Bilall Fallah), contam com bons nomes no elenco, além dos já citados:

Joe Pantoliano (Amnésia)

Ioan Gruffudd (Quarteto Fantástico)

Rhea Seehorn (Better Call Saul)

Wil Smith com 55 anos ainda se aguenta bem no papel, mas preciso dizer uma coisa que me incomodou o filme todo: Martin Lawrence (59 anos), pra mim, já deu. O cara anda meio travado, falta ritmo, vivacidade, naturalidade e aquele olhar sem expressão tira toda a fluência das cenas (até a dublagem está travada, ou seja: fiel ao ator...) e tome parênteses...

Tirando isso, o filme se sustenta, porque é Bad Boys...

Razoável...

Nota 6.2 de 10 => IMDb 6.60

Close – Bélgica 2022 nota 6,3

Filminho forçado e sem nenhum propósito a não ser o de levar às lágrimas a galera mais emotivamente vulnerável a esse tipo de história.

A alta avaliação no IMDb (acredito eu), se deve ao fato de o filme abordar o preconceito homofóbico, sem ao menos ir fundo na questão, mesmo assim, ganhou uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2023.

A partir de agora vou disparar uma rajada de spoilers, se você se interessou em assistir, sugiro que pare por aqui e volte depois, para comparar as nossas opiniões.

A história gira em torno (!), de dois garotos de treze anos, amigos inseparáveis que ingressam em uma nova escola e passam a ser alvo das piadinhas preconceituosas provenientes da turminha da crueldade.

Leo se sente mal, porque parece ser a única vítima, já que em nenhuma cena, Remi aparece incomodado pelos colegas, inclusive sentindo-se muito à vontade para deitar a cabeça no ombro do amigo por qualquer motivo e durante o recreio usar sua barriga como travesseiro no gramado da escola. Acho que meio sem noção para um menino de treze anos, nos dias de hoje, concordam?

E o diretor provoca a gente a todo momento, criando expectativas nos olhares dos garotos, insinuando algo mais do que simples amizade.

Leo, incomodado com o falatório de que eles formam um “casal” e com as perguntinhas capciosas das garotas da classe, se afasta de Remi, que acaba cometendo suicídio.

É forçado, não é?

A partir daí, o filme fica cozinhando o galo até o final, acompanhando o arrependimento solitário de Leo, que acaba não se aguentando e contando para a mãe de Remi porque o filho dela se matou.

E então ele ganha um abraço e o filme acaba...

Não é ruim, é bem dirigido e os garotos mandam bem nos seus papéis, mas é um filminho enfadonho e cansativo, apesar de não ser muito longo: 01h41 de duração.

Para mim, supervalorizado...

Nota 6.3 de 10 => IMDb 7.80