Em 1961, mestre Akira Kurosawa dirigiu Yojimbo,
filme que conta a história de um samurai, interpretado pelo astro japonês
Toshiro Mifune. Este Samurai, um espadachim mais rápido do que o pensamento, chega
em um vilarejo e se depara com uma guerra entre dois grupos rivais, pelo controle
e soberania do lugar.
Vendo ali uma chance de ganhar dinheiro, ele oferece
seus serviços, primeiramente a um dos grupos e depois ao outro, fazendo uma
espécie de leilão, mas sua intenção na realidade, era fazer um jogo duplo para
que as gangs continuassem se matando enquanto ele ia lucrando e
levando os dois chefões no bico. Mesmo com um astro do calibre de Toshiro Mifune e a belíssima fotografia em preto e branco, o filme envelheceu um pouco, mas nunca deixará de ser uma referência na história do cinema.
Observação: Apenas 16 anos depois dos bombardeios
atômicos que devastaram Hiroshima e Nagasaki, causando grande trauma no povo
japonês, o país se reconstruía e o cinema japonês em plena atividade, já estava
produzindo obras primas como essa.
Em 1964, Sergio Leone, jovem cineasta italiano
(então com 35 anos de idade), fã de Kurosawa e especializado em Westerns
Spaghetti, ou Bang Bang à Italiana, como conhecemos, sabendo que o Japão era
longe pra caramba e achando que ninguém ia se dar conta, viu na obra do seu mentor, uma história que se encaixava perfeitamente dentro do seu estilo. Então,
meio na surdina, ele escreveu o roteiro em parceria com alguns amigos e filmou lá pelas bandas do seu pais, “Por
Um Punhado de Dólares” com o americano Clint Eastwood no papel principal e Gian
Maria Volantè, astro italiano da época, como um dos vilões. Ainda chamou seu já
então parceiro, o maestro Ennio Morricone para compor a trilha sonora e,
voilá... oops... isso é francês, em italiano seria ecco qui! Ou alguma coisa parecida.
O filme ficou assim:
Um pistoleiro chega no povoado mexicano de San
Miguel e o encontra envolvido por uma guerra entre dois grupos de malfeitores, que
há algum tempo, vem se matando para assumir o controle da cidade. Percebendo
que o cara é fera com uma arma, os dois lados procuram contratá-lo. Ele vê ali
a chance de jogar nos dois lados e faturar em dobro o dinheiro oferecido.
O filme foi um sucesso imediato de bilheteria e logo depois, estava sendo exibido nas salas americanas, conquistando uma legião
de fãs para o gênero.
Tanto sucesso não poderia ficar impune e mestre
Kurosawa, junto com a sua produtora TOHO, entraram com uma ação, pedindo uma
milionária indenização por plágio. A ação foi julgada procedente e a
indenização foi paga, mas não consegui descobrir de quanto foi.
Só sei que os filmes se tornaram clássicos e até
hoje são amados e reverenciados pelos aficionados e cinéfilos de uma maneira
geral.
Duas sequências foram produzidas como sequência de
“Por Um Punhado de Dólares”, alcançando enorme sucesso, se tornando o que foi
chamado de Trilogia dos Dólares:
“Por Uns
Dólares a Mais” em 1965 e “Três Homens em Conflito” em 1966. Este último, para
mim está entre os TOP 10 de melhores filmes de todos os tempos e o tema,
composto por Ennio Morricone, para mim, é a música número 1 de todas que já foram compostas para o
cinema.
Vamos às notas:
Yojimbo:
Nota 7.9 de 10
IMDb: 8.2
Por Um Punhado de Dólares:
Nota 7.8 de 10
IMDb: 8.0
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