O filme devia se chamar “Sobras de Um Crime” ou “Sombras de Um Filme”.
Em 1993 o diretor Neil Jordan com o seu “Traídos Pelo Desejo” concorreu ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Direção, mas teve que duelar com Clint Eastwood e o seu “Os Imperdoáveis” e perdeu todos (com justiça). “Traídos...” ainda recebeu mais três indicações: Melhor Ator para Stephen Rea, Melhor Ator Coadjuvante para Jaye Davidson e Melhor Edição.
Portanto é claro que eu estava esperando muito mais desse “Marlowe” de Neil Jordan e deve ser por isso que a minha decepção foi maior, pois como dizem “Quanto maior é a árvore, maior é o tombo”.
Apesar da produção caprichada e do time de grandes extrelas (é com “x” mesmo), o roteiro xôxo e sem inspiração, o clima noir que fica só na intenção e a direção preguiçosa, jogaram a produção no ostracismo, entregando um resultado abaixo do medíocre.
O personagem principal, o detetive Phillip Malowe criado por Raymond Chandler em 1939 e aqui protagonizado por Liam Neeson não passa de uma caricatura, um personagem que não investiga, não resolve, não salva ninguém e ainda por cima pisa na bola nas horas mais importantes.
Falta suspense, criatividade, ritmo, definição, coerência e uma coisa muito importante: empatia do espectador com os personagens. É tanta bola fora que você não consegue simpatizar com ninguém, ou até consegue chegar com aquela empatia pré-estabelecida por conta do Liam Neeson, mas a narrativa morna, sem graça e a incompetência do personagem, acabam gerando um revertério e chega uma hora que você quer mais é que o protagonista de lasque.
Se pelo menos tivéssemos aquela tradicional narrativa em off, tradicional nos filmes noir, talvez nosso herói poderia ter a chance de explicar porque estava tão ruim de serviço. Mas nem isso...
Só não é uma total perda de tempo porque o elenco conta com a veterana Jessica Lange, Diane Kruger e Danny Huston.
É pouco.
Nota 5.0 de 10 => IMDb: 5.3