Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes (Lock, Stok and Two Smoking Barrels) – UK 1998 nota 7,9

Debú em grande estilo de Guy Ritchie. O diretor inglês que logo de cara já foi comparado à Quentin Tarantino, arrebatando uma legião de fãs.

Seu filme seguinte, “Snatch: Porcos e Diamantes” de 2000, com Brad Pitt já dava uma ideia de que viria muita coisa boa pela frente.

“Jogos, Trapaças... é uma comédia de ação, onde impera o ditado popular “ladrão que rouba ladrão...”, porque o filme mostra o dia a dia de algumas quadrilhas que acabam se degladiando por um par de mosquetes raros, uma plantação de erva e um milhão e trezentas mil libras.

Muitos desencontros, equívocos, tiroteios, desentendimentos, golpes, roubos, desencontros, tudo muito bem orquestrado, num lugar em que o crime impera e os únicos “santos” da história são um guarda de trânsito e o dono de um bar (Sting).

Este é um dos poucos filmes que eu assisti pela terceira vez e confirmo: não tem como não se divertir com a história. E aquele final?

Altamente recomendado.

Com Jason Statham e Vinnie Jones.

Curiosidade a quem possa interessar: Guy Ritchie foi casado com a Madonna de 2000 a 2008 e juntos produziram dois rebentos, Rocco e David. (cinemaemblogg também é fofoca...)

Nota 7.9 de 10 => IMDb 8.1

Fale Comigo (Talk to Me) – USA 2023 nota 5,5

Anunciado como um tiro certeiro pelos críticos especializados em filmes de terror, fui ver com a expectativa em alta.

Na primeira meia hora, o filme, com um elenco bem escolhido, uma história assustadora e a sensação que uma certa brincadeira vai dar em m$@#%&da, faz com que a gente até se empolgue achando que finalmente um filme de terror vai sair da mesmice de sempre e atender as nossas expectativas.

A partir de um certo momento, a bola vai murchando e aos poucos vamos percebendo que a história está indo por um caminho cada vez mais estreito em termos de criatividade e isso vai ficando evidente com as incoerências do próprio roteiro que se auto-contraria em alguns quesitos.

No final, fica a sensação de que uma boa ideia foi jogada no lixo e que mais uma vez os diretores e roteiristas visaram um público pobre de imaginação e sem nenhum senso crítico, igualzinho aos personagens idiotas criados para a própria história e o que poderia ser um filme para ficar gravado na memória dos aficionados, não passa de uma bobagem sem sentido.

Salvam-se algumas poucas sequências que depois de terminado o filme, perdem toda o impacto.

Agora me digam, com um artefato poderoso daquele nas mãos, aqueles idiotas não tinham nada melhor para fazer do que ficar gravando videozinhos com o celular? Aquela coisa valeria milhões em um leilão, numa comunidade científica ou em um instituto de estudos paranormais, enfim...

Por sua conta e risco.

Com Miranda Otto. 

Nota 5.5 de 10 => IMDb 7.3

Tudo sob Descontrole (En Roue Libre) – França 2023 nota 6,0

Aventura água morna em que um ladrão acha de roubar justamente o carro de uma mulher com fobia de sair do veículo.

Sem alternativa, ele acaba levando ela junto e o antagonismo inicial até rende alguns bons momentos.

Mas passando a primeira meia hora, o filme desanda para um caminho que se não é totalmente desinteressante, pelo menos vai frustrar a expectativa da maioria. Comigo foi assim.

A aventura segue por estradas desertas, desentendimentos e no meio de tudo isso, uma amizade começa a surgir.

Não é ruim, mas também não é bom.

Faltou uma pegada mais radical.

E aquele final, pode ser que agrade a maioria, mas eu achei idiota.

É por sua conta e risco.

Nota 6.0 de 10 => IMDb 6.3

Mar em Chamas (The Burning Sea) – Noruega 2021 nota 6,5

Drama catástrofe sobre amizade, coragem, decisões difíceis e uma dose de suspense.

O governo Norueguês está rindo à toa com seus 350 poços de extração de petróleo no Mar do Norte.

De repente, uma ruptura gigantesca no fundo do oceano causa um acidente catastrófico, colocando em risco uma grande área do próprio país e se estendendo para vários países vizinhos.

A coisa é seríssima e depois de uma difícil decisão ter sido tomada Sofia (Khristine Kujath Thorp), decide arriscar a vida numa jornada pessoal bem no meio do inferno para salvar seu amado.

Bom filme, tenso e empolgante, bem dirigido e com um ótimo elenco.

E que mulher maravilhosa, Meu Deus!

Com Bjørn Floberg.

Nota 6.5 de 10 => IMDb 6.3

Refúgio de Harlan Coben (Harlan Coben’s Shelter) – USA 2023 nota 6,4

 

Minissérie baseada no romance “Refúgio” de Harlan Coben.

Na realidade, é uma trilogia em que Mickey Bolitar (Jaden Mitchel), sobrinho de Myron (quem acompanha Harlan Coben, vai entender), vai morar com o tio, depois que Brad seu pai e irmão de Myron, morre em um acidente de trânsito.

Tudo gira em torno de uma mansão considerada assombrada e habitada pelo fantasma de uma idosa, apelidada de Dona Morcega.

Acontece que logo no primeiro dia de aula, Mickey está passando em frente a tal casa habitada por mal-assombros e ouve a mesma música que estava tocando no rádio do carro, quando seu pai morreu.

E então, Dona Morcega aparece e diz pra ele:

“Mickey, seu pai está vivo.”

 A partir daí, uma série de revelações colocam Mickey e seus novos amigos, “Colherada” e “Ema” em busca de uma aluna desaparecida e em confronto com criminosos, que nem eles nem ninguém sabe em que ramo de atividade estão metidos.

Interessante, mas nem tanto quanto o livro, a minissérie está toda desfigurada em relação às imagens descritas no original. Consegue se sustentar até o final, mas fica muito abaixo do impacto causado no livro.

Mesmo assim, vale a pena conhecer, afinal, é Harlan Coben.

Ah... e para não fugir à regra das minisséries baseadas nos livros do autor, no elenco tem bastante gente feia, mas está dentro de um limite aceitável.

Nota 6.4 de 10 => IMDb 6.6

Indiana Jones e a Relíquia do Destino (Indiana Jones and the Dial of Destiny) – USA 2023 nota 7,5

Mais um filme para ver e rever.

Apesar das críticas negativas de alguns chatos, do problema de DNA do velho Hans Solo (DNA: Data de Nascimento Antiga) e das inegáveis furadas do roteiro, é impossível não se divertir com esse filme. Talvez o mais movimentado da franquia, o mais absurdo, com mais falhas de direção e com certeza o mais maluco de todos.

A sequência inicial é uma coisa para ficar como exemplo para a posteridade, para que os diretores de filmes de ação entendam de uma vez por todas, como se começa um filme de aventuras. A sequência final, idem.

No miolo, algumas reviravoltas e perseguições divertidas que nunca acabam.

Mads Mikkelsen é um vilão excelente. Dizer isso é como chover no molhado, pois o cara vai de inimigo de James Bond a inimigo de Indiana Jones com a mesma competência.

E ainda temos la participación muy bievenidos de Antônio Banderas como um amigo do Indy e um guarda roupas king size (Olivier Richters), no grupo dos malfeitores.

Enfim, uma variedade de personagens que só faz aumentar o interesse numa história de disputa em busca de um artefato poderoso, capaz de mudar o destino da humanidade. Reza a lenda que a peça foi manufaturada pelo matemático Arquimedes na Idade Média.

Não ligue para as críticas, o diretor James Mangold (“Logan”, “Ford x Ferrari”), realmente exagerou em algumas cenas, mas não dê atenção para a cara do Harrison Ford rejuvenecido. Não se importe se um carrinho Took took capaz de fazer Max Verstapen comer poeira. Não esteja nem aí com as cenas de luta absurdamente ilógicas. Afinal você já viu absurdos maiores em filmes piores. Em suma: o filme é um passatempo muito da hora.

Com Phoebe Waller-Bridge, Boyd Holbrook, Toby Jones e Karen Allen.

Nota 7.5 de 10 => IMDb 6.7

Gran Turismo: De Jogador a Corredor (Gran Turismo) – USA 2023 nota 7,6

Empolgante!

História verídica sobre Jann Mardenborough, um jogador de Gran Turismo que é selecionado para disputar uma vaga na escuderia Nissan e participar de campeonatos, se tornando piloto profissional.

O diretor Neill Blomkamp de "Distrito 9" e "Chappie", produziu um filme bonito, bem dirigido, ágil, sem enrolação. Tem 2:14min de duração e nem parece.

Orlando Blum “Senhor dos Anéis” é Danny Moore um especialista em marketing que propõe que a Nissan faça um teste com os jogadores de Play Station a fim de divulgar a marca e o jogo.

Receosos no início, os executivos japoneses acabam topando e Jann (Archie Madekwe), vai ter a sua grande chance.

O melhor do filme é David Harbor “Stranger Things” o mecânico chefe responsável por conseguir o “milagre”. Jann é discriminado, sofre preconceito, se envolve num acidente trágico, é taxado de “não atleta” e enfrenta uma batalha duríssima. As cenas na pista são ótimas, as ultrapassagens dão frio na barriga e a adrenalina entra em ação.

Para quem não é fã do esporte, recomendo que assistam mesmo assim, pois o filme é muito do bom. Para quem gosta de automobilismo, é indispensável.

Atenção na cena em que o carro é separado peça por peça, um primor.

Trilha sonora excepcional com Black Sabbat, Kenny G., Enya, Mobi e Public Enemy.

Com Dungimuou Iansoon, ou alguma coisa parecida.

Não percam.

Nota 7.6 de 10 => IMDb 7.2

A Pequena Dixie (Little Dixie) - USA 2023 nota 4,5

Festival de violência gratuita em um filme sem sentido, cheio de situações absurdas e com “zero” personagens com possibilidade de angariar alguma simpatia dos espectadores.

Frank Grillo é Doc Alexander, um ex-agente federal que trabalha infiltrado numa conexão corrupta entre um cartel de drogas mexicano e políticos americanos do estado de Oklahoma.

Depois da execução por injeção letal do irmão do chefão mexicano, o pé do frango azéda e uma matança desenfreada começa a ocorrer sem qualquer coerência e nenhum sentido de moral.

Para ajudar, a “pequena Dixie” é sequestrada e o seu pai é chantageado para matar o governador.  

Enfim, vira uma baderna generalizada em uma história que já vinha capengando sem lógica e sem nenhum fundamento desde o início.

Só se salva mesmo o Grillo pelo status de estrela, mais nada.

Horrível.

Com Anabelle Gish, a Monica Reyes de “Arquivo X”. Coitada.

Nota 4.5 de 10 => IMDb 4.9

Justiceiras (Do Revenge)- USA 2022 nota 6,0

Drea (Camila Mendes) é integrante mais badalada do time de patricinhas de uma escola do ensino médio chamada Rose Hill, em Miami.

De repente e sem motivo aparente ela é sacaneada e a sua popularidade vai de 100 a 0 em poucas horas.

Disposta a se vingar da presepada que aprontaram para ela, se une a Eleanor (Maia Hawk, de "Stranger Things") e juntas fazem um tipo de “pacto sinistro”, a lá Hitchcock (os bons entenderão).

O filme até que cozinha razoavelmente o galo até certa altura, mas chega uma hora em que as coisas começam a ficar chatas a ponto de me dar vontade de abandonar o projeto. Aguentei firme por mais um tempinho e a minha paciência foi recompensada, porque o filme sofre (sofre?) uma reviravolta e tudo que parecia ser, não era, enquanto tudo que era, não parecia ser. Entenderam?

Não?

Não tem importância. No final se você prestar atenção, tudo não passa mesmo de uma grande bobagem. Isso mesmo, apenas uma grande bobagem bem escrita e bem apresentada, nada além disso.

Sessão da tarde um pouco acima da média. Recomendado para adolescentes ou velhinhas(os) que sentem saudade do ensino médio.

Nota 6.0 de 10 => IMDb 6.3

A Última Viagem do Demèter (The Last Voyage of The Demeter) – USA 2023 nota 7,0

Raridade: Terror às antigas e muito bem feito.

Como o título português já entrega, a viagem do Demèter foi a que trouxe o Conde Drácula para a Inglaterra e todos sabem o que aconteceu na viagem.

O filme dramatiza as ocorrências, coisa que só foi mostrada superficialmente nos outros filmes do Conde chupador de carótidas alheias. Inclusive em “Drácula de Bram Stocker.”

Aqui tudo é muito bem feito numa produção esmerada e uma direção de arte pra ninguém botar defeito. A reprodução do navio, as primeiras aparições do Nosferatu, o terror a que foi submetida a tripulação, tudo funciona perfeitamente para quem exige qualidade.

Se você gosta de filme de terror e anda meio decepcionado com a enxurrada de filmes ruins que são lançados mês após mês sem trégua, não perca, porque esse é dos bons.

Nota 7.0 de 10 => IMDb 6.1

Agente Stone (Stone Heart) – USA 2023 nota 7,0

Bom filme de ação com a “Maravilha” Gal Gadot.

Ela é uma agente infiltrada num grupo do M16 que caça terroristas. Sempre monitorada e auxiliada pela base da equipe, uma organização chamada “A Carta” que anonimamente ajuda as várias facções do Serviço Secreto a resolver casos mais complicados. 

De repente, uma reviravolta coloca o planeta em perigo quando um vilão artimanhoso (isso existe?) a usa para se apoderar de um artefato dotado de inteligência artificial (muito na moda isso), criado para monitorar toda a rede digital do mundo. Imaginem só...

Gal Gadot dá conta do recado. A mulher leva muito jeito para a ação e isso é o que tem de sobra no filme.

Para quem gosta do gênero, imperdível (injusta a avaliação no IMDb).

Com Alia Bhatt, a menina bonitinha de “A Espiã”, Matthias Schweighöfer (acho que é isso) de “Invasão em Las Vegas” e Archie Madekwe de “Gran Turismo”.

Nota 7.0 de 10 => IMDb 5.7