Joel Coen resolveu filmar tudo em preto e branco e com a telinha quadrada, 4:3, lembrando as filmagens em Super 8, mas longe de uma visão que nos lavaria a um visual do passado, o filme surpreende e passa uma imagem de coisa moderna e inovadora. Talvez pela irretocável fotografia em preto e branco deixando difícil a gente imaginar o filme em cores. Com certeza, não teria o mesmo efeito e o impressionismo do nevoeiro, presente em vários momentos e o impacto de cada cena, cenário, olhares e expressões captados magistralmente pela câmera do diretor.
Para quem não conhece a trama, Macbeth (Denzel Washington), fiel soldado do rei Duncan (Brendan Gleeson), torna-se seu amigo e protegido, por ter vencido várias batalhas e se mostrado valoroso guerreiro. O que o rei não sabe, é que ele, encantado pela previsão de três irmãs bruxas de que um dia se tornaria rei, resolve adiantar o processo incentivado pela sua esposa Lady Macbeth (Frances McDormand).
Recheado de traição, paixão, cobiça, falsidade, inveja, crueldade, fome de poder, loucura, ingredientes usuais nas obras do mestre da dramaturgia teatral. Só o que incomoda um pouco, é a linguagem shakespeariana dos personagens divagando sozinhos, antes ou depois dos seus atos.
De resto, um filme de alta qualidade, que deve abocanhar algum Oscar, pois está indicado nas seguintes categorias:
Melhor Ator - Denzel Washington
Melhor Fotografia
Melhor Design de Produção
Com Harry Meeling (o garoto sem membros de “A Balada de Buster Scroogs), Stephen Root da ótima série “Barry” e Brian Thompson, o vilão de “Stallone Cobra”. Brian Thompson participou de uns trocentos filmes nas décadas de 1980 e 1990.
Recomendado para despertar o cinéfilo que existe em você.
Nota 7.0 de 10
IMDb: 7.4
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