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domingo, 10 de abril de 2022

Licorice Pizza – USA 2021 nota 7,5

Paul Thomas Anderson.

Não entendi muito bem qual era a intenção do diretor em escrever essa história, já que ele também é o roteirista, mas quem se importa? O filme é simpático e agradável e apesar de acontecer muita coisa, ao mesmo tempo não acontece quase nada.

É leve, displicente, despretensioso e sem compromisso. Lembra lá longe, "Loucuras de Verão" de George Lucas.

Gary (Cooper Hofman), um garoto de 16 anos, inventivo, inteligente e multifuncional, se apaixona por Alana (Alana Haim), uma moça de 28 anos anos, inteligente, inventiva e multifuncional. Acontece que ela não se aceita como “papa anjo” e vive dando umas geladas no garoto, apesar de se darem super bem, a ponto de abrirem uma empresa em sociedade para vender colchões de água.

O filme ambientado nos anos 70, leva a gente num delicioso banho-maria e nunca fica cansativo.

Pra ajudar, temos a participação relâmpago de Tom Waits, Sean Pen e Bradley Cooper.

Teve três indicações ao Oscar do bofete:

Melhor Filme

Melhor Direção

Melhor Roteiro Original

Não levou nenhum.

Não é o tipo de filme que ganha Oscar, mas é muito legal.

Atenção para os dois filmes em exibição no cinema da cidade:

007 Viva e Deixe Morrer, com Roger Moore e Assassino a Preço Fixo, com Charles Bronson. Dimais!!

Nota 7.5 de 10
IMDb: 7.4


Homem Aranha: Sem Volta Para Casa (Spiderman: No Way Home) – USA 2022 nota 7,0

Com spoilers.

Deve existir uma grande preocupação dos produtores para que os filmes de super heróis não se tornem repetitivos, por isso, cada vez mais os roteiros seguem fórmulas já testadas e aprovadas nos quadrinhos.

Este “Homem Aranha: Sem Volta para Casa” é um bom exemplo disso.

Na ânsia de lançar um filme que poderia se tornar cansativo, repetindo a fórmula com o “Spider” lutando contra um super vilão e (obviamente) triunfando no final, foram buscar o ponto de divergência, o fantástico e o inusitado que faria a diferença.

Aqui, um feitiço do Doutor Estranho é mal sucedido na tentativa (pasmem) de apagar a memória de toda a população mundial, depois que a identidade de Peter Parker como Spider é revelada ao mundo e esta falha do feitiço, acaba trazendo de outras dimensões vilões que já tinham sido mortos e enterrados em outros filmes da franquia.

Pois é...

Para ajudar o quase inofensivo novo Homem Aranha (Tom Holland) na luta contra vilões unidos e muito mais poderosos, um novo feitiço é lançado e traz para a nossa realidade, os “Aranhas” (Tobey Maguire e Andrew Garfield) que já estavam “aposentados” de suas funções na nossa realidade (ou éramos nós que estávamos nas realidades deles?), trabalhando em universos paralelos, existentes num multiverso inventado pela mente criativa (e apelativa) dos roteiristas dos quadrinhos.

Mas quer saber? Eu prefiro as coisas mais simples, a parafernália de informações, a quantidade de vilões e até de “Aranhas”, não me agradou.

Tudo é forçado e maquiado (muito bem maquiado) pelos efeitos e os vais e vens de vilões se tornando bonzinhos, para logo depois se tornarem malvados novamente.

O que há de errado em ser simples?

O consumismo de variações deve andar muito alto, de acordo com as avaliações dos fãs, pois o filme está muito bem cotado, mas para mim, não passa de uma montueira de coisas jogadas umas por cima das outras, com um resultado que se não desagrada, apenas diverte visualmente, porque a história é sem graça, sem nexo e se profundidade.

Para dar uma dramatizada na coisa, ainda mataram a May... minha personagem predileta.

Pena.

Vale assistir para conhecer, mas se você pensa como eu, escolha bem a hora de ver. Eu fiquei três dias para terminar o filme.

É cansativo.

Concorreu ao Oscar de Efeitos Visuais. Perdeu para “Duna”. Muito justo.

Nota 7.0 de 10
IMDb: 8.7


Two Yellow Lines – USA 2020 nota 5,6

Filme visualmente muito bonito com um tema legal que podia ter rendido algo bem melhor, se os roteiristas fossem um pouco menos metidos a misteriosos.

Sujeito solitário, traumatizado pelo passado, trabalha de lenhador para uma pequena empresa de corte. Apesar de ser novo no trabalho, ele solicita dois dias de folga para buscar sua filha adolescente num acampamento e levá-la ao aeroporto pra que a menina pegue um avião de volta pra casa, pois a mãe, que mora num grande centro urbano, está muito ocupada no trabalho e não pode fazer isso.

O sujeito consegue sua folga e vai buscar a moleca, mas o acaso toma sua providências para que seu carro deixe de funcionar e ele precise usar sua velha Harley Davidson.

A garota, azêda que nem limão, apresenta os sintomas típicos da adolescência, e pra ajudar, vive acusando o pai de tê-la abandonado.

Na viagem, eles trafegam por estradas que cortam regiões paradisíacas, lembrando demais “Easy Rider” de Dennis Hopper, Só faltou mesmo Steppenwolf de fundo, com a sua “Born to Be Wild”.

É claro né, que aos poucos eles vão se conhecendo e... você já deve imaginar o que vem depois.

Uma pena que o roteiro mal escrito e preguiçoso (ou pretencioso demais), tenha estragado uma premissa tão interessante. O nome dos responsáveis? Derek Bauer e Zac Titus.

Obs: A menina Alexis Titus. é filha do protagonista Zac Titus (eu acho).

Com a participação do zarôlho Frank Collison, que ostenta um currículo invejável em filmes e séries hollywoodianas.

Nota 5.6 de 10
IMDb: 6.9


Clean - USA 2021 nota 7,0

Filme de herói fodão solitário e caladão, tipo “O Protetor” e o recente (e ótimo) “Anônimo” com Bob Odenkirk.

Mas o diretor e os roteiristas (Paul Solet e Adrien Brody) não são Ilya Naishuller e Derek Kolstad, talvez por isso, faltou a veia humorística de “Anônimo” e ainda por cima caíram no velho clichê de criar uma tragédia familiar na vida do protagonista para justificar o seu amargor e a sua solidão.

Adrien Brody é um motorista de caminhão de lixo vivendo num bairro violento, dominado por uma chefão do tráfico de drogas vivido por Glen Flesler.

Ele procura se manter à margem de qualquer encrenca, mas acaba entrando numa treta das brabas com uma gangue de arruaceiros, por fazer amizade com uma garota negra, que se envolve numa situação de perigo com os moleques e ele, sem pensar duas vezes arranja uma chave inglesa e parte pra ignorância.

É... é meio forçado mesmo, mas mesmo com alguns defeitos, eu achei injusta a avaliação no IMDb. O filme é legal e o jeito taciturno e sombrio do protagonista ganha nossa simpatia logo de cara. A sanguinolência esperada acontece e no embate final até pinta uma uma surpresinha, com o filme terminando sem decepcionar.

Se o gênero agrada, pode assistir, não é nenhum “Protetor”, mas é diversão garantida.

Nota 7.0 de 10
IMDb: 5.6


Raya e O Último Dragão (Raya and The Last Dragon) - USA 2021

Roteiro redondinho num tipo de aventura que já foi contado uma infinidade de vezes, mas que sempre agrada, porque acaba gerando um filme agradável, bonitinho, com personagens simpáticos, animais fofinhos, vilões que acabam se tornando mocinhos e um final que diverte gregos e troianos.

Raya e o Último Dragão (que não tem nada a ver com a série “Como Treinar eu Dragão”), é exatamente isso. 

Uma história de dragões que sacrificaram suas vidas para salvar a humanidade de terríveis criaturas das trevas que não tinham mais o que fazer, do que aporrinhar a vida dos humanos, que por si só, sempre foram autossuficientes na arte de se autodestruírem.

Acontece que do sacrifício dos bichos, nasceu uma joia superpoderosa que protege o mundo da volta das criaturas das trevas, mas como a raça humana é cheia de querer dominar uns aos outros, todos crescem o olho no poder da joia que está aos cuidados do pai da menina Raya.

A qualidade das dublagens é um dos pontos fortes da animação, com participações de estrelas em ascensão e outras já bem tarimbadas:

Awkwafina (que também emprestou a sua cara de amalucada)

Benedict Wong (de Doutor Estranho)

Sandra Oh (dispensa apresentações)

Daniel Dae Kim (Lost)

Alan Tudyk (Resident Alien)

Não precisa mais detalhes, concordam?

O filme é mais do mesmo, mas é um mais do mesmo muito bem feitinho. Podem assistir sem medo de se entediar. 

Concorreu ao Oscar de Melhor Animação. Perdeu. “Encanto” levou o carecão pra casa.


Nota 7.0 de 10
IMDb: 7.3

Lamb - Islândia 2021 nota 7,0

Tem quem critique e torça o nariz para essa fantasia dramática sobre um casal de criadores de ovelhas que vive afastado da civilização abalados por uma tragédia, mas tem muita gente que gostou.

O nascimento de uma ovelhinha nada tradicional, muda radicalmente as vidas dos criadores solitários e eles passam a se dedicar ao criatório do ser, inexplicavelmente híbrido com humanos.

Um filme bem produzido e bem dirigido com a estrelíssima Noomi Raplace de “Millenium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres” e muito outros sucessos.

A criaturinha é muito bem caracterizada e o filme é daquele tipo em que a gente fica só esperando a hora das consequências chegarem, pois o clima, apesar de aparentemente tranquilo, vai dando pistas de que uma nuvem muito negra está se formando no céu da fazenda.

Não fuja, assista. Pode parecer uma bizarrice, e é, mas se trata de uma bizarrice muito bem bolada, bem produzida e dirigida, além disso, tem um desfecho surpreendente.

Nota 7.0 de 10
IMDb: 6.3


O Livro de Boba Fett (The Book of Boba Fett) – USA 2021 nota 7,8

Seguindo na linha Mandaloriano (e também criado por Jon Favreau), Boba Fett (Temeura Morrison), agora é o manda chuva da cidade de Tatooinee, depois que derrotou o antigo chefão, um capacho dos Hutts.

Sempre acompanhado de sua fiel Fennec Shand (Ming-na Wen), ele vem tentando tratar a todos com decência, desde que lhe paguem as taxas exigidas, mas o engraçadinho do prefeito, acha de lhe mandar cumprimentos, em vez de créditos e ele precisa tomar uma atitude, para manter a paz e o respeito de toda a cidade.

Mesclado a isso, acompanhamos em flashbacks suas aventuras junto aos Tusken, o povo do deserto que primeiramente o fez prisioneiro, depois passou a respeitá-lo e tratá-lo como igual, nascendo ali uma grande amizade.

Mas a rebeldia do prefeito tem um motivo e a atitude do cidadão molusquento, é apenas um pretexto para o início de um plano maligno, unindo as forças perniciosas da cidade com o objetivo de tomar o poder e permitir o livre comércio da “especiaria”, uma droga equivalente ao crack ou na melhor das hipóteses, à cocaína.

Pedro Pascal vai retornar como o mandaloriano, Timothy Olyphant como Coby Vanth e Gogru, vão dar uma forcinha.

Participação de Danny Trejo, Robert Rodrigues (que dirigiu o primeiro e o último episódio), Mark Hamil e Sophie Tatcher da minissérie (Yelowjacters), essa menina vai longe.

Outros episódios foram dirigidos por Dave Filon e Bryce Dallas Haward.

Se você é fã de Star Wars, ou não é, mas curtiu The Mandalorian, não perca, segue no mesmo modelo, é agradável, não tem muito drama e tudo acaba bem.

Nota 7.5 de 10
IMDb: 7.8


Dias Perfeitos (Perfect Days) - Japão/Alemanha 2023 nota 7,8

Indicado ao “ Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ” e dirigido pelo prestigiado  Wim Wenders “ Asas do Desejo ”, “ Paris Texas ”, Dias Perfei...