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sábado, 7 de maio de 2022

Deserto Particular - Brasil 2021 nota 3,0

Atenção: Contém Spoilers.

Há muito tempo sem ver um filme brasileiro, resolvi dar uma espiada nesse ‘Deserto Particular”, após ver uma crítica positiva de um youtuber comentarista de cinema.

Que decepção.

Parece que a vontade de ver alguma coisa de qualidade, com conteúdo e boas ideias, levam algumas pessoas a enaltecerem obras medíocres, mal escritas, mal produzidas, mal dirigidas e apelativas, só por serem nacionais.

Aqui a apelação vai para o lado da diversidade, numa clara demonstração de que a tendência do momento em trazer para o público histórias que remetem a uma intenção velada de demonstrar simpatia pelo tema, faz com que as companhias cinematográficas apoiem projetos de qualidade pífia, apenas para navegar na onda de um movimento que cresceu de forma acelerada nos últimos anos.

Na trama, Daniel (Antonio Saboia), um policial que está suspenso por ter “surtado” durante o seu trabalho e vem sobrevivendo às custas de “bicos” como segurança de boate em Curitiba, resolve de repente deixar seu velho pai (e ex-policial), acometido pelo alzheimer aos cuidados de sua irmã mais nova, pegar a caminhonete e ganhar o mundo com destino a Pernambuco, para conhecer Sara, uma garota com quem ele vem se correspondendo.

Em dado momento, um recém conhecido admirado pela sua aventura, pergunta se não existia mulher em Curitiba e ele diz que a garota que ele está indo conhecer, faz com que se sinta “diferente”. Infelizmente, não temos nada sobre o "romance" do casal, o diretor Aly Muritiba, apenas nos mostra uma cena constrangedora de envio de núdes pelo whatsapp....

Claro que, como todos já desconfiaram, Sara é um rapaz que trabalha num mercadão distribuidor de hortifrutis e durante a noite se traveste para... para que mesmo?!!?

Desculpem, eu disse que todos tinham desconfiado, mas nem todos desconfiaram, pois o próprio Daniel não fazia ideia de que ela era um garoto, e nem depois de ter tocado “a moça” e visto seus traços masculinos e um pomo de adão do tamanho de uma maçã, ele desconfiou (o amor é cego). Na verdade, ele só vai perceber mesmo, depois de um beijo e um contato mais próximo e aí seu lado homofóbico vem à tona.

História mais furada do que paredão de fuzilamento com atiradores sem pontaria, atores que necessitam urgente de um curso de dicção (as vezes ninguém entende o que eles falam) e para ajudar, um som de qualidade horrível, coroam um filme falso, sem nexo, sem convicção, apresentando diálogos inexpressivos e permeado de cenas pra lá de forçadas.

É pra desanimar qualquer expectador com um mínimo de noção.

E tome “Total Eclipse of the Heart da Bonnie Tyler”.

No final, um desfecho sem emoção, sem definição, sem nada, apenas um grande vazio na cabeça... e ainda inscreveram o filme para preleção ao Oscar 2022. É por isso que o cinema brasileiro vive tão desvalorizado mundo afora.

Me pergunto: Se o rapaz ia viajar para o Rio, e Daniel estava voltando para Curitiba, não seria legal se ele lhe oferecesse uma carona? O filme terminaria com o inicio da viagem e o expectador teria muitas possibilidades a explorar na imaginação.

Mas nem isso...

Mantenha distância... pelo menos umas 100 léguas.

Nota 3.0 de 10
IMDb: 7.2


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