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sábado, 27 de junho de 2020

A Odisséia dos Tontos (La Odisea de Los Giles)

Argentina 2019

Não é à toa que os argentinos estão mundialmente muito melhor ranqueados do que os brasileiros em matéria de cinema. Deve ser porque brasileiro faz tudo no padrão globo e padrão globo, significa novela. Por isso, a maioria das produções nacionais, pendem para o lado novelesco e a salsicha acaba caindo do cachorro quente.
Um bom exemplo de como seguir um padrão hollywoodiano (que ajuda bastante na avaliação da crítica), é esse filme do diretor  Sebastián Borensztein de “Um Conto Chinês” de 2011 (outro bom filme).
Recebeu o título “Heróic Losers” nos States e conta a história de um grupo de moradores de uma cidadezinha chamada Alsina, que são atingidos duramente pelo confisco dos valores pelo governo de Domingo Cavallo em 2001, o tal Corralito, similar ao golpe dado pelo governo Collor e a megera Zelia Cardoso em 1990 no Brasil.
O grupo que tinha juntado uma boa grana para abrir uma cooperativa agrícola, ficou com uma mão na frente e outra atrás, mas depois de um tempo, descobrem um segredo envolvendo o gerente do banco local, que mancomunado com um sujeito malandro, tinham se apoderado da dinheirama toda.
Daí é hora dos velhotes colocar em prática um plano bestial para recuperar a grana surrupiada.
É uma boa história, filmada em belas locações e com um elenco de veteranos, encabeçado pelo eterno galã argentino Ricardo Darin. O que atrapalha um pouco é que em alguns momentos parece uma história contada por velhinhos, daquelas que você tem que ter uma certa paciência e esperar as inevitáveis pausas e enrolações. É bom, mas se tivesse uns quinze minutos a menos, ficaria bem melhor.
Mesmo assim, um bom filme.
Obs: Só achei a atriz Verónica Llinás meio velha para o papel da Lídia.
Nota 7.1 de 10
IMDb: 7.4

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Queen & Slim

USA 2019
Tem gente comparando esse filme ao "Bonnie & Clyde", mas apesar de ser um road movie com um casal fugindo da polícia, depois de ter matado um policial numa abordagem abusiva por serem negros, as coincidências param por ai.
Queen e Slim fogem pelas estradas na tentativa de chegar a um lugar onde receberão ajuda para deixar o país. Enquanto isso, o vídeo da morte do policial viraliza na internet, gerando protestos (alguns violentos) e o apoio da população. Tudo isso vai rotulando o casal como um símbolo de resistência. Ruim pra eles que só estavam voltando pra casa, depois de um encontro meia boca.
É um filme marcante que fica na cabeça da gente. Boa parte disso, se deve à atriz Jodie Turner-Smith que compôs uma personagem carismática ao lado do já consagrado Daniel Kaluuya e não tem como a gente não torcer por eles. Acho que a moça tem futuro.
A diretora Melina Matsoukas é famosa por dirigir videoclips e pra mim, faltou apenas um pouco de ritmo.
Recomendo grandemente.
Com Bokeem Woodbine
Nota 7.5 de 10
IMDb: 7.0

O Chamado da Floresta (The Call of The Wild)

USA 2020
Buck é um cachorrão mestiço de São Bernardo e Pastor que tem a sua vidinha de lorde numa bela casa na Califórnia virada pelo contrário, ao ser sequestrado por traficantes de cães (pois é...).
Acontece que na época (meados de 1800), estava tendo uma corrida do ouro lá pros lados do Alaska e precisavam de cães para puxar trenós na neve. Com a demanda grande e a oferta pequena, já viu né.
Passado o período de adaptação, lá na imensidão da natureza seus valores caninos vão aflorar e ele vai descobrir que é forte, valente, fiel e um líder de coragem e de bom coração. Primeiramente vai conhecer um amigão Perrault (Omar Sy) e depois outro, mais amigão ainda John Thornton (Harrison Ford).
A história clássica criada por Jack London em 1913, já teve outras adaptações e até uma historinha curta num desenho do Snoop. 
Os cães são criados em CGI (Computer-Generated Imagery) e o diretor Chris Sanders de “Como Treinar seu Dragão”, soube aproveitar os recursos, mas os clichês melodramáticos chateiam um pouco.
É um filme típico de Sessão da Tarde, daqueles bem família.
Quebra um galho.
Com Dan Stevens de “A Bela e a Fera” de 2017 e Karen Gillan dos novos “Jumanji
Nota 6.7 de 10
IMDb: 6.8

O Gigante de Ferro (The Iron Giant)

USA 1999
Animação em que um gigante alienígena cai na terra e faz amizade com um menino. A chegada do monstrengo tem outras testemunhas, então o governo manda um investigador idiota para constatar se a coisa é de verdade mesmo.
O tal sujeito enviado é aquele típico imbecil que dá uma sorte danada.
Ele vai juntando pistas até que descobre o paradeiro do gigante e então se dedica a fazer de tudo para destruir a criatura que é amistosa e não fez mal a ninguém a não ser destruir um barco, uma estação de energia e devorar alguns carros... besteirinhas de nada...
O diretor Brad Bird de “Os Incríveis” e “Ratatoille” dosou tudo na medida certa. Suspense, comédia, drama e indignação.
Impossível não torcer e não simpatizar com o bicho.
Lembrando que O Gigante de Ferro reapareceu em "O Jogador Número Um" do Spilberg.
Com Vin Diesel fazendo a voz do robô e Jennifer Aniston.
Nota 8.0 de 10
IMDb: 8.0

terça-feira, 23 de junho de 2020

Enraivecida na Fúria do Sexo (Rabid)

USA 1977

Antes dos clássicos:
Scanners: Sua Mente Pode Destruir - 1981
Videodrome: A Síndrome do Vídeo - 1983
Na Hora da Zona Morta (de Stephen King) - 1983
A Mosca – 1986
David Cronemberg dirigiu esse filme bizarro/trash que por aqui ganhou esse infeliz título em português. Acho que os distribuidores acharam uma boa ideia apelar para o lado do sexo, porque a atriz principal era Marilyn Chambers que estava estreando na carreira de atriz, vinda de uma carreira de grande sucesso no cinema pornô.
Pois é.
Rabid (Raivosa), acabou virando esse título ridículo que você viu acima.
Na trama, Rose (Marilyn Chambers), sofre um acidente de moto quando viajava na garupa do namorado (que era ruinzinho de guidão). Socorridos pelos médicos de uma clínica de cirurgia plástica, ela acaba precisando de uma intervenção especializada para recuperar tecido perdido do abdômen e um certo efeito colateral faz com que ela crie uma espécie de ferrão na axila e desenvolva uma sede miserável por sangue humano.
Genial não?
Os absurdos não param por aí. As pessoas atacadas por ela acabam de tornando também esfomeadas por sangue humano, só que ao contrário da moça que continua sutil e bonitona, os novos vampiros se transformam em uma espécie de zumbis desesperados, com olhos vermelhos e espuma verde escorrendo pela boca.
Pior que cachorro louco.
E a coisa vai se espalhando e vira uma epidemia.
Hoje em dia não tem como levar o filme a sério, na época, quem sabe...
Marilyn Chambers deveria ter ficado na cama...
Por sua conta e risco.
Nota 5.8 de 10
IMdb: 6.3

Primeiro da Classe (Front of Class)

USA 2008

Único filme (que eu conheço), que aborda de frente o distúrbio compulsivo chamado Síndrome de Tourette.
Tem alguns filmes que abordam isso de forma secundária, na intenção de fazer graça, pois os tiques nervosos e os ruídos produzidos pelos que sofrem deste distúrbio, acabam gerando situações engraçadas, assustando as pessoas.
O filme espanhol “Toc Toc” de 2017 e “Brooklyn Sem Pai nem Mãe” de 2019, são alguns exemplos.
Os acometidos vivem gritando palavrões e xingando as pessoas sem motivo, só que, segundo especialistas, esse comportamento é raro. Na maioria dos casos não se chega a tanto.
Aqui o problema é mostrado de maneira séria, mas se engana quem pensa que o filme é chato.
É baseado em uma história verídica e mostra desde a infância, as dificuldades de Brad Cohen, um menino que enfrentou a discriminação e a ignorância de muitos (inclusive do pai), sempre lutando para não ser vencido pela doença e conseguir o que mais queria fazer na vida, lecionar.
Longe de ser um dramalhão tipo “doença da semana”, o filme é suave e nunca deixa a história descambar para o lado da depressão. Boa parte disso, se deve ao ator James Wolk que compôs um personagem alegre e despojado que em noventa por cento das vezes, encara o preconceito com segurança e bom humor. Os outros dez por cento, bem... ninguém é de ferro né.
O então menino Dominic Scott Kay que faz o Brad Cohen criança, também se saiu muito bem.
É sim, um filme típico de sessão da tarde, mas um ótimo filme de sessão da tarde.
Bonito, sincero, alegre e emocionante. Tem umas duas ou três cenas que se você tiver o coração meio mole não vai segurar as lágrimas.
Com Treat Williams e trilha sonora dos anos 80.
Altamente recomendado.
Nota 7.8 de 10
IMDb: 8.1

domingo, 21 de junho de 2020

Frankenstein

USA 1931

Primeira adaptação do romance que a inglesa Mary Shelley escreveu em 1818. Um filme curtinho (01h10), com um elenco meia boca (excetuando-se o grande Boris Karloff, mesmo com toda maquiagem de monstro), o filme é cheio de erros de montagem, algumas cenas mal construídas, isso sem contar os erros de continuidade.
Mesmo assim, é um filme envolvente e assustador que levou multidões aos cinemas quando foi lançado e devido à novidade da premissa, deve ter deixado muita gente impressionada por dias.
Hoje, considerado um clássico, tem seu valor histórico e continua super bem avaliado nas plataformas de opiniões de cinema.
Indicado para quem curte os grandes clássicos do passado.
O diretor James Whale, dirigiu “A Ponte de Waterloo” em 1931, ”O Homem Invisível” em 1933 e “A Noiva de Frankenstein” em 1935.
Todos são considerados grandes clássicos da história do cinema, mas esse último já foi uma bela "raspada no tacho".
Nota 7.4 de 10
IMDb: 7.8

Encontros e Desencontros (Lost in Translation)

USA 2003

Filme delicioso dirigido por Sofia Coppola em 2003.
O filme é isso que diz o título, não acontece muita coisa a olho nú, mas aos poucos vamos sentindo a solidão do par principal, Charllote  e Bob . Charlotte (Scarlett Jonhansson) está acompanhando (meio jogada pra escanteio) o marido fotógrafo John (Giovanni Ribisi), a trabalho em Tókio e Bob (Bill Murray), uma celebridade já nos estertores da carreira de ator, está no Japão para uma série de entendiantes comerciais para o lançamento de uma marca de uísque.
A solidão de ambos os sintoniza e como estão hospedados no mesmo hotel, entre um olhar e outro acabam se conhecendo e combinam se encontrar e sair pela cidade.
Não tem chichê romântico nem nada de choradeirinha de um nem do outro. Eles apenas se entendem, se aproximam, um parece enxergar o momento do outro e aos poucos a ligação vai ficando mais forte.
É um filme suave, sensível e bonito. Nunca deixa no ar nada que leve a crer numa atitude maluca ou qualquer coisa do gênero de casalzinho apaixonado. Sabemos que dentro de poucos dias, eles vão estar separados. É o momento. São eles, só eles, num filme sincero sem pieguice e sem frescuras.
Além de tudo, a química entre Bill Murray e Scalett Johansson, parece funcionar perfeitamente.
Só o que fica na dúvida e na curiosidade é o que Bob fala no ouvido dela na despedida.
E o sorriso da Charllote, entre suas lágrimas e o seu "ok".
Lindo.
Altamente recomendável para uma sessão pipoca numa noite de sábado de quarentena.
Nota 8.0 de 10
IMDb: 7.7

sábado, 20 de junho de 2020

Gundala

Indonésia 2019

Baseado em uma HQ criada em 1969 por Harya Suraminata, o super-herói Gundala surge a partir de um menino pobre que foi atingido por um raio e ficou com algumas sequelas. Depois disso, em qualquer tempestade que acontece, ele vai atraindo raios e desenvolvendo superpoderes.
Depois de adulto, e de ter passado por inúmeras dificuldades, se muda para Jacarta e lá, se mete a ajudar um pessoal, trabalhadores que estão sendo explorados por uma grande empresa.
No confronto com o vilão empresário, ele vai ter que enfrentar um grupo treinado de assassinos a fim de evitar que o sujeito que criou uma certa arma química, consiga realizar um absurdo sonho maligno de transformar a humanidade em pessoas sem moralidade, que não conseguem distinguir o bem do mal.
Roteiro mais furado do que peneira, situações absurdas, produção pobre, direção cheia de bobeiras e montagem empestiada de erros de sequência.
Que pena.
Tinha potencial, mas a pobreza de idéias e a pouca inspiração destruíram uma boa premissa.
O ator Abimana Aryasatya até convence, mas o restante do plantel não ajuda.
E ainda deixaram a coisa engatilhada para uma sequência.
Oremos.
Nota 6.0 de 10
IMDb: 7.1

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Cats

USA 2019

Pois é.
Assisti “Cats”, apesar de todos os avisos de “Manter-se à Distância”.
Sou curioso, fazer o quê!
Eu quis conferir o que motivou tanto descer de lenha e como o filme das bolas de pelos cantantes e dançantes, conseguiu a proeza de levar seis prêmios na conceituadíssima festa do Framboesa de Ouro.
Então.
Mereceram!
Ave Maria!
Para começar, não entendi bulhufas do enredo. Fiquei o tempo todo tentando associar as letras das músicas a algo que fizesse sentido e juro que não consegui. Nem sei se na peça (que está em cartaz desde o tempo das cavernas) é assim também.
E tome música.
Também achei que as caras dos personagens travestidos de gatos ficaram estranhas e as mexidinhas de orelhas e as levantadinhas de rabos, deixaram tudo mais esquisito ainda. Só não me peçam para explicar o porquê.
Tem gato velho:
Yan MacKellen
Gata velha:
Judy Dench
Gato negro de olhos verdes:
Idris Elba
Gata gordinha:
Rebel Wilson
Gato de meia idade:
Ray Winstone
Gata cantoratriz (tudojuntomesmo):
Taylor Swift
Todos eles muito cantantes e dançantes, mas o que me deixou traumatizado mesmo foram as “carinhas”, “boquinhas” e “perninhas” da atriz Francesca Hayward, a Victoria do filme. Acho que o diretor Tom Hooper (A Garota Dinamarquesa, O Discurso do Rei), tem uma quedinha pela menina. A cada dez segundos de filme, aparece ela, com aqueles olhinhos curiosos, aquela boquinha aberta e aquelas perninhas dobradas.
Mincomodou.
Acho que foi isso que mais me tirou a concentração na história.
Apesar que nem precisava tanto, o filme em si já é naturalmente desconcentrativo.
Na verdade, já esqueci o filme todo, só o que me lembro é que tem uns oito segundos de diálogo e o resto é só dança e cantoria sem sentido.
Quem entendeu, curtiu e gostou, desculpe a minha ignorância, mas eu não entendi patavina e nem vi sentido em coisa nenhuma. Para não dizer que foi tudo perdido, gostei de três músicas, um Jazz, um Blues e aquela famosa “Memories”. As outras não me lembro dos títulos.
Ganhou “Framboesa” nas categorias de Pior Filme, Pior Diretor, Pior Ator (James Corden), Pior Atriz Coadjuvante (Rebel Wilson), Pior Roteiro, e Pior Cena em Grupo.
Nota 2.5 de 10 (2.0 para as músicas e 0.5 para a presença do Idris Elba, o cara fez o que pôde)
IMDb: 2.7 (Tão vendo que não sou só eu...)

Irreversível (Irréversible)

França 2002

A bizarrice do diretor Gaspar Noé elevada à quinta potência.
Um filme feio, escuro, vermelho (com alusões à menstruação), cheio de nú frontal, sexo gay, violência explícita (gore) e uma cena de estupro (de dez minutos) pra ficar na memória de qualquer ser humano desse planeta.
Madrugada em Paris. Dois amigos, Marcus (Vincent Cassel) e Pierre (Albert Dupontel), estão rodando por inferninhos gays e áreas de prostituição numa busca descontrolada por um sujeito chamado Tênia.
Marcus está ensandecido, descontrolado e agredindo qualquer um que apareça na sua frente. Pierre tenta controlar o amigo, mas nota-se que está tão abalado quanto ele.
Aos poucos vamos percebendo que a história está sendo contada de trás pra frente e que o sujeito que eles procuram é o cara que estuprou e agrediu violentamente a namorada de Marcus, Alex (Mônica Bellucci).
Polêmico, doentio e repulsivo para muitos, tem lá sua dose de singularidade, embora trilhe um terreno que não agrada qualquer um, ou melhor, quase ninguém acredito eu, embora a intenção do diretor seja essa mesmo.
A câmera não para, a trilha sonora só existe para te perturbar ainda mais, as cenas incomodam e os personagens nunca te deixam à vontade.
Se for assistir, prepare-se para uma “Sessão Nervosa de Cinema” e tire as crianças da sala, ou melhor, da casa.
Gaspar Noé dirigiu outras bizarrices:
Enter the Void” em 2009 e “Clímax” em 2018 (Em breve veja nossa crítica aqui mesmo).
Nota 6.6 de 10
IMDb: 7.4 

Quiz Charada - Qual é o Filme?

Quando a onda do Kuduro chegou em Calcutá, uma devota da Madre Teresa procurou as autoridades e conseguiu que proibissem tocar aquela música indecente na cidade.
Qual é o nome do filme?
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Devota para o Kuduro...


quarta-feira, 17 de junho de 2020

A Família Addams (The Addams Family)

USA 2019

Versão infantilóide da divertida série criada em 1964 e que virou um bom filme em 1991 com o grande Raul Julia como Gomes e a ótima Angelica Huston como Morticia Adams. Ainda teve uma continuação em 1993, portanto essa animação de 2019 foi totalmente desnecessária, ainda mais com um roteirinho besta, sem inspiração e sem apresentar nada que se aproveite.
É (de longe) muito inferior aos dois filmes da década de 90.
A Família Adams muda-se para um castelo abandonado, localizado numa colina perto de uma cidadezinha do interior. Entre o castelo e a cidade, existe um vale onde se planeja construir um condomínio luxuoso. Com medo de que os clientes fujam por causa da proximidade da família esquisita, uma corretora poe em prática um plano para que os Addams sejam expulsos dali pelos moradores da cidade.
Nada demais.
Quem quiser ver com os barrigudinhos, pode até aguentar a hora e meia de filme, mas acho que na classificação etária deveria constar: “Proibido para maiores de seis anos de idade”, sob risco iminente de tédio.
Nem o bom elenco de dubladores salva:
Charlize Theron
Oscar Isaac
Clöe Grace Moretz
Martin Short
Jenifer Lewis
Bete Midler
Snoop Dogg 
Nota 5.5 de 10.
IMDb: 5.8

Learning to Skateboard in a Warzone (If you’re a Girl)


UK 2019

Indicado a Melhor Documentário de Curta Metragem no Oscar 2020, mostra a evolução cultural no Afeganistão depois da queda do Talibã. Em Kabul, uma escola sai recrutando meninas para aprender a ler, escrever, se expressar em público e andar de skate em meio ainda a atentados terroristas e o medo de uma retomada ao antigo regime, quando tudo isso era proibido.
O filme com pouco mais de meia hora, acompanha os sonhos e aspirações das crianças e o bonito trabalho das professoras, ao transformar suas vidas antes destinadas a uma existência de servidão, ao o direito de evoluir e ter na vida outras opções, além do papel de esposas submissas.
Um filme bonito e sensível, de uma diretora famosa por já ter conquistado vários prêmios em trabalhos com o mesmo tema.
Nota 7.3 de 10.
IMDb: 7.4

Cortina Rasgada (Torn Curtain)

USA 1966

De Alfred Hitchcock, com Paul Newman e Julie Andrews nos papéis principais, conta a história de um professor de física americano que resolve se unir aos alemães para o projeto de um artefato bélico. Só que, o que a princípio parece ser uma traição ao seu país, é na verdade, uma tentativa do professor de “roubar” uma fórmula que um cientista alemão criou, conseguindo maiores avanços no mesmo projeto.
Armstrong (Paul Newman), se mete numa bela enrascada por não ter planejado nada direito e também por estar agindo por conta própria, além disso, sua noiva e assistente, burra como uma porta, que não sabia das intenções do noivo, resolve segui-lo até a Alemanha e faz com que tudo fique ainda mais complicado.
Roteirozinho sem criatividade, que faz com que todo o suspense da situação se torne por demais previsível, chegando até a fazer com que a gente venha a torcer para que os alemães peguem logo os dois babacas e acabem logo com a agonia de todo mundo.
Paul Newman faz um personagem apático e insosso como um musse de chuchu sem sal e Julie Andrews com aquela cara de Madalena Arrependida faz é dar raiva na gente.
Acena da luta do professor com Gromek, (um “grude” que foi designado para vigiá-lo), é ridícula e sem credibilidade.
Descobrimos também que lá, em cada esquina existe um dedo-duro e que mesmo “fazendo amor em terra estranha”, eles ainda conseguem que um grupo de alemães bonzinhos arrisquem suas vidas para ajuda-los (a troco de quê, ninguém sabe). E tome situações absurdas, como a bobeira do professor Lindt (o cara da fórmula), ao bestar e entregar o segredo ao Armstrong. Parecia o Coiote caindo na lábia do Papa-léguas.
O Mestre Hitchcock devia estar com lombriga quando dirigiu esse filme. É a única explicação. Risível.
Salva-se a bela fotografia das locações na Berlim Ocidental.
Nota 6.0 de 10
IMDb: 6.7

Honeyland - Documentário


Macedônia 2019

Candidato ao Oscar 2020 de melhor documentário (o vencedor foi American Factory), é danado de bom esse filme, é sim.
Hatidze, é praticamente uma eremita, vive com a mãe doente, numa região da Macedônia, onde com certeza, Judas teria perdido suas botas se tivesse passado por lá. Pode acreditar nisso.
Apesar dela ser feinha que dói e ter os dentes estragados, e tudo, ela é uma mulher danada de boazinha e simpática que mora numa casinha toda rústica, sem eletricidade, água encanada ou qualquer porcaria de saneamento básico.
Ela tira seu sustento do mel que ela coleta de forma sustentável (tira a metade e deixa a metade para as abelhas) e vai (a pé) vender na cidade.
Ela trata as bichinhas com tanto carinho que elas nem picam ela nem nada.
Um dia, uma família numerosa resolve se instalar perto de sua casa para criar gado e aí acaba o sossego da coitada.
Um tal de Hussein com sua mulher e uns quatrocentos e vinte filhos, fica de olho na atividade da Hatidze e a ganância do cretino faz com que ele invente de criar abelhas também.
Só que o sujeito é um brucutu que não segue os ensinamentos da sábia Hatidze, vive levando picadas e gritando com aquela montueira de filhos, e o lugar antes tão pacífico e sintonizado com a natureza, fica parecendo uma filial do inferno. Além disso ele pega todo o mel das coitadinhas das suas abelhas para atender o pedido de um comprador, outro cretino miserável filho da puta e as criaturas sem ter o que comer, entram numa guerra com as abelhas da Hatidze pelo mel delas e tudo.
Que raiva que dá. É triste ver as abelhinhas mortas e tudo aquilo que era tão bem cuidado se acabar por causa de um filho da puta de um miserável daqueles. A tristeza da Hatidze é de revoltar qualquer um.
Mas o castigo acaba chegando pro miserável do Hussein.
Eu não assisti American Factory, mas mesmo assim, acho uma pena que esse filme não tenha ganhado o Oscar.
Para mim, nota 8.5 de 10
IMDb: 8.0
Obs: Este texto foi escrito com uma tentativa de homenagear o estilo narrativo de Holden Caulfield, personagem criado por J. D. Salinger no surpreendente “O Apanhador no Campo de Centeio”. Quem aprecia literatura, não deve deixar de ler esse livro.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

A Vastidão da Noite (The Vast of Night)

USA 2019
Um filme diferente.
Curtinho e com uma história curtinha.
Daria um bom "Black Mirror", analisando assim meio de escanteio.
Portanto esta resenha vai ser curtinha também.
Tudo se passa numa cidadezinha do Novo México nos Estados Unidos em 1950 e dura o período de tempo do próprio filme, contando uma história sobre aliens, envolvendo uma menina telefonista e um jovem locutor da rádio local.
Falar mais do que isso é propagar inconvenientes spoilers.
Só digo que é um filme pequeno, mas bem escrito, bem interpretado e interessante o tempo todo.
Vale uma olhada.
Com Sierra MacCormic e Jake Horowitz, nunca vi nenhum dos dois mais gordos. Mas são bons.
Nota 6.8 de 10
IMDb: 6.7

The Gangster, The Cop, The Devil


Coreia do Sul 2019

Sergio Leone ainda influenciando cineastas do mundo todo.
Aqui, um filme com poucas referências a "O Bom, O Mau e o Feio", mas é impossível não comparar com o clássico de 1966.
Policial da homicídios cabeça dura e turrão como uma mula, vive na cola de um gangster traficante de drogas, mas não consegue provas contra ele.
Ao mesmo tempo, a cidade de Cheong Chang vive às voltas com o serial killer da 'batidinha", o cara dá uma batidinha no carro de alguém numa área de pouco movimento e quando a vítima sai do carro para ver o estrago é assassinada a facadas.
Só que o assassino dá um tremendo vacilo ao pegar o cara errado, o tal do gangster que apesar de levar umas facadas, reage e quase mata o assassino, que foge.
O policial sabendo que o gangster é a única testemunha que sobreviveu (se não tivesse sobrevivido, não seria uma testemunha, dãããã), se une ao vilão para juntos tentarem capturar (no caso, a polícia), ou matar (no caso, o gangster), o "devil" do título.
Muita ação, bom humor e suspense, neste bom filme coreano, que não fica devendo nada a muitas grandes produções americanas.
Ótimo passatempo.
Nota 7.2 de 10
IMDb: 6.9

segunda-feira, 8 de junho de 2020

S.O.S.: Tem um Louco Solto no Espaço (Spaceballs)

USA 1987

Há muito tempo, em uma galáxia distante, Hans Solo é Lone Starr (Bill Pulman), Chewbacca é Barf (John Candy), Palpatine é o Presidente Scroob (Mel Brooks), Mestre Yoda é Yogurte (Mel Brooks também), a Princesa Léia é a Princesa Vespa (Daphne Zuniga), C3PO é Dot Matrix (Joan Rivers) e Darth Vader é Dark Helmet (Rick Moranis).
E está armado o barraco.
Sátira a Star Wars escrita e dirigida por Mel Brooks.
Um besteirol intergaláctico que envelheceu um pouco, mas mesmo assim diverte bastante. Além do que o filme ainda satiriza “O Planeta dos Macacos” “Star Trek” e “Alien”.
Num futuro distante, o “Império”sequestra a Princesa Vespa e exige que seu pai, o Rei do planeta Druídia entregue todo seu oxigênio, coisa rara no futuro. O mercenário rebelde Lone Starr e seu co-piloto Barf, são contratados para salvar a moça.
Piadas nonsense e trapalhadas pastelônicas nas cenas de ação, garantem o divertimento.
Trilha sonora para nenhum ouvinte de bom gosto botar defeito:
The Spinners
Kim Carnes
Bon Jovi
Van Halen
Berlin
Pointer Sisters
Destaque para a música nos créditos, que é da co-autoria de Mel Brooks e a música tema quase tão boa como o tema de Star Wars.
Com Michael Winslow, o cara que faz efeitos sonoros vocais em “Loucademia de Polícia” e John Hurt, o hospedeiro do primeiro “Alien”.
Nota 7.4 de 10
IMDb: 7.1

Pausa pra Piadinha - Godzilla X Kong

O King Kong encontra o Godzilla na academia e o que ele fala?
- E aí monstrão??

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Ilha dos Cachorros (Isle of Dogs)

USA 2018

Segunda investida do diretor Wes Anderson no gênero da animação stopmotion, a primeira foi em 2009 com “O Fantástico Sr. Raposo” (veja nossa crítica aqui mesmo).
Na cidade japonesa de Megasaki, o prefeito Kobaiashi, amante de gatos, decreta que todos os cachorros da cidade devem ser banidos para uma ilha que serve de lixão, devido à uma gripe canina que vem se espalhando pela cidade.
Na ilha, os cachorros vivem em grupos, batalhando pelos restos de comida encontrados no lixo.
Chief (voz de Brian Cranston) é o líder de sua matilha, um vira-latas que detesta os humanos.
Quando Atari, o sobrinho do prefeito resolve ir até lá para tentar encontrar seu cãozinho de estimação, Spot (Liv Schreiber), os “comandados” de Chief querem ajudar. Ele inicialmente se recusa, mas logo muda de ideia.
Enquanto isso na cidade, uma estudante engajada na proteção dos animais começa a descobrir muita sujeira debaixo do tapete da prefeitura.
Aos poucos serão reveladas algumas maracutaias políticas envolvendo o prefeito, um médico e sua assistente Yoko Ono (dublada pela própria Yoko Ono) e um plano diabólico para transformar em sabão toda a população de pulguentos.
É um filme agradável e interessante, devido ao belo visual, marca registrada do diretor, as expressões dos bichos, a direção de arte e o elenco de estrelas na dublagem.
O único porém é que o roteiro um pouco confuso e as falas dos humanos em japonês sem tradução, atrapalham um pouquinho.
Mesmo assim,vale a pena assistir. Para quem é fã do diretor, vale muito mais.
Com as vozes de:
Edward Norton
Jeff Goldblum
Bill Murray
Greta Gerwig
Frances McDormand
Scarlett Johansson
Harvey Keitel
F. Murray Abraham
Tilda Swinton
Ken Watanabe
Courtney B. Vance
Angélica Houston

Nota 7.4 de 10
IMDb: 7.9

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Quiz Charada - Qual é o Filme?

Um homem dá 5 reais para o filho e pede pra ele trazer 2 reais de troco. Qual o nome do filme?
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Manda Gastar 3...




Behind The Trees

USA 2019
Terror vagabundo que eu assisti achando que ia encontrar alguma criatividade, iludido pela avaliação no IMDb, mas cada vez mais me convenço que tem muito diretor achando que fãs de filmes de terror não tem muito cérebro, dada as idiotices que encontramos, talvez devido ao grande número de ofertas do gênero.
Casal de namorados sai de Los Angeles e vai passar um fim de semana numa pousada em lugar remoto da Índia. Lá acabam presenciando por acidente uma cerimônia de exorcismo de uma garotinha. Os habitantes acabam trancando a possuída num cubículo construído no meio de um canavial, exatamente para esse fim.
Inteligentes e sabidos, os namoradinhos que não tinham nada melhor pra fazer (ô falta de imaginação),  resolvem tirar a garotinha de lá, pois essa idiotice de exorcismo é coisa de pessoas xongas, de povos ignorantes e suas crenças absurdas.
Acontece que (como a gente desconfia de cara), a menina está deveras encapetada e o casal vai si fufu com a pentelhinha com cara de santa.
Atores ruins, situações absurdas e um diretor sem nenhuma inspiração, jogam tudo na sarjeta.
Sebo nas canelas!
Nota 4.0 de 10
IMDb: 6.3  

Warrior 1ª Temporada – Série da Amazon

USA 2019

Baseada em escritos deixados por Bruce Lee, essa série da Amazon conta a história da expansão demográfica e industrial na cidade de São Francisco no final do século 19.
Ah Sahan (Andrew Koji), chega em um navio lotado de chineses (mão de obra barata, já naquela época) e vai procurar sua irmã que foi trazida ainda bem jovem, por um homem a quem foi oferecida, em troca de ajuda financeira à sua família.
Ele vai encontrar um cenário de guerra na recém-formada Chinatown, um lugar violento, cheio de disputas em territórios ocupados por grupos de mafiosos chineses. principalmente a prostituição e o tráfico de Ópio. Além de tudo, os irlandeses e os chineses travam uma guerra sanguinária na disputa pelos postos de trabalho.
A corrupção corre solta, seja entre os grupos da ralé, da polícia ou dos políticos.
Muita nudez, sexo, lutas marciais e sanguinolência a rodo.
Um roteiro bem amarrado, bom elenco e uma fotografia de qualidade, deixam tudo com cara de uma ótima produção.
Quem quiser uma boa amostra, é só assistir o episódio 5. Nem precisa assistir a série, vejam esse episódio e tirem suas conclusões.
A música de abertura lembra os grandes clássicos de Ennio Morricone.
Nota 8.1 de 10
IMDb: 8.3

Vá e Veja (Come and See / Idi ì ‘Smotri)

União Soviética 1985

Filme de Guerra soviético aclamado pela crítica.
O menino bielorrusso Florya (Aleksey Kravchenko) de 16 anos, encantado com a imponência dos soldados alemães e após encontrar uma arma enterrada nas areias da praia, se oferece para integrar no exército de Hitler, sem saber que a presença deles na sua aldeia, tinha o objetivo de incendiar os casebres e matar a todos, assim como o fizeram em mais de 600 aldeias bielorrusas no início da segunda guerra mundial.
Logo “cai a ficha” e o garoto após descobrir que sua família foi metralhada, inclusive suas irmãzinhas gêmeas, vai assistir a muitas barbaridades cometidas pelos nazistas, tudo dramatizado ao máximo, mostrando o prazer sádico dos alemães ao exterminar velhos mulheres e crianças, que não representavam qualquer ameaça e tinham como única reação, tentar sobreviver à impiedade do inimigo.
O diretor usou uma linguagem teatral e quase poética nas mais de duas horas de filme, acompanhando tudo da ótica do garoto.
Cruel e desumano. A sequência em que eles colocam uma multidão de pessoas dentro de um celeiro e ateiam fogo, é para ficar na memória de qualquer um. Dizem que o título original era “Matar Hitler”, mas foi rejeitado pela censura da época.
Nota 8.0 de 10
IMDb: 8.3


segunda-feira, 1 de junho de 2020

(Noite Adentro) Into The Night - Série Completa da Netflix

Bélgica 2020

O sol tem um rebosteio cósmico e passa a emitir raios gama de alta intensidade matando tudo o que é matéria orgânica na face da terra e até em camadas inferiores, como abrigos subterrâneos, por exemplo. É como se você entrasse num micro-ondas e alguém o ligasse na potência máxima.
Um grupo de pessoas, passageiros de um voo que ia para Moscou, tentam sobreviver fugindo dos amanheceres, escapando do sol a cada lugar em que ele nasce, ou seja, o piloto mira o focinho do avião para o Oeste e mete o pé na tábua! Já que o sol nasce no leste, right?
Claro que eles precisam descer nos lugares onde o sol já se pôs para abastecer e pegar comida. Acontece que assim como não há mais vida, toda comida orgânica também perdeu seus nutrientes e eles vão ter que se alimentar com brefaias de baixo valor calórico. Além disso, cada um dos passageiros e inclusive o piloto, traz suas tretas do passado, tornando a viagem mais complicada do que já é.
Então ficam sabendo de um abrigo sob o mar, onde os raios solares não chegam a causar o efeito mortal e rumam pra lá, mas os encrenqueiros de plantão vão tornar a viagem mais difícil e por isso, vários deles vão ficar pelo caminho.
Mini série em 06 episódios de 30 minutos. Rápida e intensa, cheia de ação, suspense, alguns clichês e furos no roteiro, mas que assim mesmo, vale a pena dar uma conferida.
Nota 7.0 de 10
IMDb: 7.1

Dias Perfeitos (Perfect Days) - Japão/Alemanha 2023 nota 7,8

Indicado ao “ Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ” e dirigido pelo prestigiado  Wim Wenders “ Asas do Desejo ”, “ Paris Texas ”, Dias Perfei...