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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Noite Passada em Soho (Last Night in Soho) – Reino Unido 2021 - Nota 6,9

Filme com um início envolvente, singular, único... confesso que cheguei a me emocionar com a primeira meia hora e a expectativa do que viria pela frente com uma história tão legal, mas...

Eloise (Thomasin Mackenzie, de Jojo Rabbit) é uma moça interiorana órfã, que vive com a avó e tem a chance de realizar o sonho de ser designer de modas ao ser aceita numa prestigiada escola da capital. Então ela, inocente, pura e besta, parte para Londres e lá vai conhecer o lado predador, cruel, invejoso e destrutivo do ser humano. Até aí nada de novo, certo?

Acontece que a menina começa a sonhar com Sandie (Annya Taylor-Joy), uma moça que viveu nos anos 60. Nos sonhos ela acompanha a vida da garota, seus sonhos e decepções, na sua luta para brilhar no Show Business.

Na escola de arte, ela tem a ideia de reproduzir os modelos usados pela personagem dos seus sonhos e chama a atenção das professoras e das colegas.

Mas o que parecia uma premissa interessante, mostrando o glamour e o falso glamour dos anos 60, combinado com a época atual (a sequência da Sandie cantando “Dowtown” de Petula Clark, é coisa linda, apesar de muito curta) falando nisso, que atriz é essa Annya Taylor-Joy! Maravilhosa!

Então... o que parecia ir por um caminho bem legal, sofre (sofre mesmo), um plot twist no meio da estrada e desemboca para a mesmice, levando a gente num desfecho sem qualquer novidade, ouso dizer que até com certa incoerência.

Mas vale pelo início.

O filme está na lista dos candidatos a indicações para o Oscar 2022 e tem a presença marcante do velho e bom Terence Stamp.

O diretor é Edgar Wright que tem bons filmes no currículo, entre eles, “Todo Mundo Quase Morto” de 2004, “Chumbo Grosso” de 2007 e “Em Rítmo de Fuga” de 2017. 

Se quiser conferir, é por sua conta e risco.

Nota 6,9 de 10
IMDb: 7.2


segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

007: A Serviço Secreto de Sua Majestade (On Her Majesty's Secret Service) – UK 1969

O James Bond que não deu certo.

George Lazenbi interpretou o agente só nesse filme, porque os fãs e a crítica detonaram o cara.

Coitado...

Para quem não se lembra, em 1971 chamaram Sean Connery de volta para o sétimo filme da franquia: “007 – Os Diamantes São Eternos”.

Na verdade, Lazenbi que na época estava com trinta anos de idade (só pra constar), não teve culpa, o cara até que se esforçou. Os culpados foram os produtores e o diretor Peter R. Hunt, que escolheram o ator achando que ele tinha certa semelhança com Sean Connery.

A Serviço Secreto de Sua Majestade é um bom filme. Tem clima de 007 e Lazenbi se sai muito bem nas cenas de ação (o cara dá cada porrada que dá gosto de ver), além disso é um conquistador incorrigível, como deve ser todo bom 007.

O problema acho que foi o seu rosto. Apesar de ter uma certa semelhança com Sean Connery (que tinha se desligado depois de cinco filmes), Lazenbi tinha as maçãs um tanto salientes, o que lhe dava um ar meio efeminado. O andar do cara também não era lá muito elegante, levava mais jeito para um cowboy turrão do velho oeste.

O roteiro do filme é bom (não é o melhor), mas está na média,  (o eterno Kojak), faz o chefe da Spectre, Stavro Blofeld com maestria e as bondgirls são um show à parte.

O filme é interessante e fácil de assistir, apesar daquele final desnecessariamente cruel, mas que rendeu história nas sequências.

Lazenbi está hoje com 82 anos, continua na ativa, apesar que depois deste 007, nunca mais fez nada tão expressivo como um "James Bond".

Se tem alguém que é fã da série e não conhece esse filme, deve conhecer.

Nota 69 de 10
IMDb: 6.7 

sábado, 25 de dezembro de 2021

Alerta Vermelho (Red Notice) – USA 2021

Dirigido por Rawson Marshall Thurber, que em 2013 dirigiu a ótima comédia “Família do Bagulho” com Jason Sudeikis e Jennifer Aniston e o flácido “Arranha-Céu: Coragem Sem Limite” de 2018, o diretor parece que trabalha melhor com orçamento limitado, pois tanto Arranha-Céu... e agora este Alerta Vermelho, apesar do elenco e da dinheirama gasta, são fraquinhos a ponto de causar tédio.

Mas vamos ao que interessa aqui:

Ryan Reynolds é Nolan Booth, um ladrão de antiguidades que acaba trombando de frente com John Hartley (Dwayne Johnson), um agente da Interpol que anda na captura de um outro ladrão famoso, ou ladra famosa apelidada de “O Bispo” (??!!), interpretada pela Wonder Woman Gal Gadot, personagem concorrente direta de Nolan, ao troféu de melhor surrupiador(a) de antiguidades do planeta.

Em quarto lugar na cadeia hereditária de importância de personagens, a agente do FBI Urvashi Das (Ritu Arya), uma profissional dedicada, mas que só faz m... atrapalhando seus colegas ao arremeter em suas abordagens nas horas mais impróprias e das maneiras mais esdrúxulas.

Os objetos cobiçados aqui, são três ovos manufaturados em ouro e pedras preciosas que pertenceram à rainha Cleópatra e devem valer por baixo, algumas centenas de milhões de verdinhas.

Muita correria na captura das preciosas peças, com perseguições, acrobacias mirabolantes e piadinhas de qualidade pífia, num filme oco de emoções, coerência e relevância, apinhado de situações forçadas, incapazes de convencer até uma criança de cinco anos de idade.

É risível que o apetrecho de abertura de um bunker nazista construído no meio da floresta da Argentina em 1930, seja aberto com uma mão (mesmo sendo a mãozorra do The Rock) e não tenha um pingo de ferrugem... tsc... tsc... tsc...

Apesar de toda a correria e a flagrante tentativa de resgatar o gênero “Indiana Jones”, o filme chega a dar sono. Eu interrompi a fita umas três vezes antes do término.

Roteiro fraco, direção idem (sem inspiração), atores sonolentos e efeitos razoáveis que podem até empolgar um viajante do tempo recém chegado dos anos 20.

Serve para uma Sessão da Tarde “Especial de Ano Novo”, por exemplo, para ajudar a passar a ressaca da virada e tirar um cochilo no sofá.

Participação de Ed Sheeran, como ele mesmo.

Nota 6.0 de 10
IMDb: 6.4


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Kate - USA 2021

Mary Elisabeth Winstead (Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa), é a assassina fodona do título.

Trabalhando no Japão sob a supervisão do seu chefe, empresário, amigo e tutor Varrick (Wood Harrelson), ela acaba entrando numa roubada do satanás ao eliminar um dos chefões da Yakuza.

Disposta a não deixar barato, ela procura até descobrir que foi envolvida na treta por um dos membros mais importantes do grupo mafioso japonês e sai na captura do sacana, mas uma garota adolescente da boca suja e a revelação de um segredo, vão fazer com que ela mude o seu modo de encarar as coisas. Mas não de agir.

Na linha de “Anônimo”, aquele filmaço do diretor russo Ilya Naishuller, com Bob Odenkirk no papel principal, “Kate” é um caso complicadíssimo para qualquer inimigo.

Muito tiroteio, perseguições, explosões, artes marciais, porradaria a gosto e toda parafernália já conhecida dos filmes de ação, além de muito sangue jorrando do começo ao fim. Vai ter momentos em que você vai se agachar no sofá.

Dirigido por Cedric Nicolas-Troyan de “O Caçador e a Rainha do Gelo”, aquele filme de 2016 com o Chris Hemsworth e as beldades, Jessica Chastain e Charlize Theron.

Quem gosta do gênero, não deve perder. Você vai ouvir o chumbo zunindo nos seus ouvidos.

Com o experiente Jun Kunimra, ator japonês que participou dos dois "Kill Bill" e mais uma montueira de filmes.

Nota 6.8 de 10
IMDb: 6.2


quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

O Homem das Castanhas (The Chestnut Man – 1ª Temporada) – Dinamarca 2021

 
Minissérie dinamarquesa “grudenta”.

Grudenta porque depois que assisti o primeiro episódio (são seis ao todo), não consegui desgrudar enquanto não cheguei no final.

Uma mulher que ocupa um alto cargo na política do país, tem sua filha de doze anos sequestrada. Um sujeito esquizofrênico é preso e confessa que raptou, matou e esquartejou a menina, mas não esqueceu do lugar onde escondeu o corpo.

Um ano depois, uma mulher é assassinada, ao lado do corpo, é encontrado um bonequinho feito de castanhas secas, com a digital da menina assassinada. A partir daí, Naia Thulin (Danica Curcic), uma investigadora da polícia de Copenhage e seu parceiro Mark Hess (.Mikkel Boe Følsgaard), recém chegado de outra cidade, se empenham em descobrir qual a ligação entre os dois casos.

Baseado em um best-seller escrito por Søren Sveistrup e publicado em 2018, a história é enxuta, dinâmica e envolvente e conforme as pistas vão aparecendo e outros crimes vão acontecendo, segredos do passado de alguns dos envolvidos mais próximos vão sendo revelados.

Sim, é mais do mesmo, mas é uma produção de alta qualidade, com muito suspense, uma boa dose de mistério e um elenco afiadíssimo.

Vale conhecer.

Nota 7.5 de 10
IMDb: 7.7


segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Limbo – UK 2020

Concorrente a premiações em vários festivais de cinema da Europa, entre os mais importantes, o Prêmio Bafta da academia Inglesa, Festival de Sydney, San Sebastian, Munich, London Críticos de Arte, etc... esse filme andou levando pra casa alguns dos prêmios.

É uma fita lenta e contemplativa, mostrando o dia a dia de alguns refugiados que ficam confinados em um centro para alocação de estrangeiros que pedem asilo na Escócia.

No centro da história, Omar (Amir El-Masry), um jovem músico sírio e o seu relacionamento com os novos colegas, os habitantes da ilha e a sua família com quem ele se comunica de um telefone público instalado no meio do nada.

A região é um tanto deserta, o que possibilitou ao diretor e roteirista Ben Sharrock, colher belas imagens panorâmicas.

O filme lembra em vários momentos, a cultuada trilogia do diretor holandês Roy Anderson: “Canções do Segundo Andar” de 2000, “Vocês o Vivos” de 2007 e “Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência” de 2014 (veja nossa crítica aqui mesmo).

Ben Sharrock não é Roy Anderson, portanto não tem a mesma qualidade (seria muito difícil), mas é clara a influência.

Pra quem gosta de filmes de arte, vale uma expiada.

Eu gostei.

Nota 6.9 de 10
IMDb: 7.2


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

O Último Duelo (The Last Duel) – USA 2021

Magnífico!!!!

Não sei se por eu ter lido o livro antes de ver o filme, mas me impressionou demais esse filmaço de Ridley Scott. Mais um.

Matt Damon é Jean de Carrouges, um cavaleiro do rei que no ano de 1386, ao voltar de um longo período em batalha numa guerra interminável entre a França e a Inglaterra, fica sabendo que na sua ausência, seu ex-amigo Jacques Le Gris (Adam Driver), que é escudeiro e amigo do influente conde Pierre d’Alençon (Ben Affleck), invadiu sua residência e estuprou sua bela esposa Marguerite (Jodie Comer), a assassina gata da série “Killing Eve”.

Jean faz a denúncia ao conde, que não dá a menor importância, então ele vai direto no mandachuva, o rei Carlos VI, no auge da sua adolescência, com 16 anos de idade, que passa a bola para os seus vassalos da igreja e da justiça. Um processo é instaurado e como o título já entrega, o duelo é confirmado.

Aconselho que você leia o livro de Eric Jager, antes de assistir. É uma experiência empolgante ver o que o diretor de “Blade Runner”, “Alien”, “Chuva Negra”, “Thelma & Louise”, “Gladiador”, “Falcão Negro em Perigo”... fez com essa história verídica que até hoje é comentada naquela região.

Pra se ter uma ideia, o último registro do caso foi publicado por um cronista em 1959, ou seja, 573 anos depois.

A fotografia do filme é de encher os olhos, Jodie Comer perfeita (arrisco até uma indicação ao Oscar 2022), Matt Damon, sensacional, Adam Driver então, nem se fala da competência desse cara. A direção de Ridley Scott é segura e criativa (acrescentando uma emoção além do livro, deixando  a gente de boca seca em algumas sequências). A cena do duelo é pra ver e rever e rever...

Enfim... um filme pra ficar na história. O melhor filme que eu vi esse ano, e olha que foram muitos, alguns ótimos como “Duna”, por exemplo (veja nossa crítica aqui mesmo).

Recomendadíssimo! Não deixem de assistir.

Falando em Ridley Scott, o cara é incansável, vem “Casa Gucci” por aí...

Nota 8.9 de 10
IMDb: 7.5


quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Paradox Lost – USA 2021

Típico exemplo de uma produção paupérrima, mas com algumas boas ideias.

Sujeito que escreve improvisações para uma espécie de Stand-up, é seguido por um cara meio atrapalhado, e um tanto fora de sintonia.

O cara que no início se diz um admirador, á na verdade seu filho que veio do futuro lhe dizer que ele vai morrer dentro de dez meses. Acontece que o cara ainda nem sabe que a sua namorada está embarazada.

Passado o susto e o período de descrença, eles acabam se juntando num plano para salvar a vida do pai e de quebra da mãe, mas com muito cuidado, porque qualquer ocorrência fora do eixo paradoxal, pode botar tudo a perder e todo mundo vai desaparecer da face da terra.

Recomendado para quem gosta de mudar um pouco e ver uma produção independente, sem atores conhecidos, nem diretores de renome, só alguém que escreveu um roteirozinho interessante e resolveu fazer um filme.

O diretor Dennis Curlett, faz o filho, viajante do tempo. O filme é interessante e fácil de acompanhar, mas se você não curte o gênero, passe longe.

Nota 5.8 de 10
IMDb: 4.9


terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Residente Alien 1ª Temporada USA 2021

Nave alienígena cai perto de Patience, uma cidadezinha incrustada nas montanhas do Colorado, com o alien do título a bordo.

Ele tem uma missão, mas encontra dificuldades para achar uma peça chave que se perdeu na neve, quando sua nave caiu. Enquanto não a encontra, assume a identidade de um médico que mora afastado do centro urbano e por um acaso, passa a ajudar a polícia num caso de assassinato. Ele se encaixa no dia a dia dos moradores, faz amizades e vai tentando conhecer mais um pouco da vida dos humanos. Aos poucos, passa a ajuda-los com seus problemas do cotidiano.

A graça, é que o cara não tem muito senso de discrição e vai dando uma bola fora atrás da outra, embora encaçape algumas. Um garoto que tem uma espécie de proteção contra a sua camuflagem humana, vai dar alguma dor de cabeça, auxiliado por uma amiguinha.

Simpática, engraçada, politicamente incorreta e cheia de situações hilárias, a série é baseada em quadrinhos criado por Steve Parkhouse e Peter Hogan.

O elenco encabeçado por Alan Tudyk é ótimo.

Para mim, uma das melhores séries do ano. Recomendo.

Nota 7.8 de 10
IMDb: 8.2


segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Venom: Tempo de Carnificina (Venom: Let There be Carnage) – USA 2021

Sem muita variação comparando-se com o primeiro filme, este segue o mesmo padrãozinho cômico com os personagens já conhecidos reprisando seus papéis e os novos, é claro, entrando no esquema.

Eddie Brock (Tom Hardy) continua com a sua manjada aparência de desabrigado, Anne Weying (Michelle Williams), continua partindo o seu coração e Venom continua reclamão com as suas tiradas... a novidade fica por conta de Naomi Harris, como uma e espécie de “X-men” do mal, destruidora de tímpanos e Woody Harrelson como o psicopata Mothercida e Fathercida, Cletus Kasady, que está em cana de segurança máxima.

Claro que Eddie Brock acabar fazendo m... e depois Venom vai ter que entrar em ação para consertar. O resumo é exatamente isso, nada além do trivial.

Filme passatempo que conta com a força de um personagem engraçado e poderoso e uma tramazinha que não compromete, apesar de vir recheada de efeitos visuais de gosto duvidoso, sempre no escuro e com um jogo ofuscante de luzes.

Nada além disso.

O diretor é Andy Serkis, o “Smigol” Gollum de “O Senhor dos Anéis”.

Nota 6.0 de 10
IMDb: 6.0

sábado, 11 de dezembro de 2021

A Profissional (The Protégé) – USA 2021

Maggie Q de “Missão Impossível III” e “Duro de Matar IV”, é Anna, uma assassina profissional treinada desde criança pelo seu amigo, pai adotivo e tutor, Moody (Samuel L. Jackson).

Quando ele sofre um atentado e fica impossibilitado de trabalhar, ela sai em busca dos mandantes e dos seus motivos. Uma pista a leva de volta à sua terra natal Da Nang no Vietnã, onde ela vai enfrentar inimigos poderosos, tanto financeiramente como em habilidades.

Tirando algumas incoerências e uma bobeira mor (quando ela escapa de um edifício repleto de assassinos e depois é atropelada por um táxi), o filme diverte e corre solto. Muita ação nas perseguições, acrobacias, tiroteios e explosões. O charme e a beleza da Maggie Q, ajuda bastante e ainda temos a participação do Batman de Tim Burton (Michael Keaton) e o exterminador de cristal líquido, Robert Patrick.

Apesar do filme ter gerado grandes expectativas por ter Martin Campbell, um diretor com dois “007” no currículo (007 Contra Goldeneye de 1995 e Cassino Royale de 2006) e ainda “A Marca do Zorro” de 1998, o filminho não é nenhuma obra prima.

Serve...

Nota 6.8 de 10
IMDb: 6.1


quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Assunto de Família (Manbiki Kazoko, ou Shopliters) – Japão 2018

Belo drama japonês do diretor Hirokazu Koreeda sobre uma família que vive matando cachorro a grito, morando num barraco e dormindo quase amontoados. A renda da família vem da aposentadoria da vovó, mesclando o trabalho da mãe, a prostituição da irmã e complementando com pequenos golpes do pai e de um garoto adolescente (por isso o título em inglês). Certo dia, por um acaso testemunham uma criança sofrendo abusos nas mãos dos pais relapsos e resolvem adotá-la, sem o consentimento deles, é claro.

A garotinha é uma graça e se adapta quase que imediatamente À nova família.

O filme em alguns momentos lembra “Feios Sujos e Malvados” clássico italiano do diretor Ettore Scolla de 1976, noutra hora lembra o coreano “Parasita” de Bong Jon-ho, filme de 2019 que abocanhou alguns Oscars, incluindo o de Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro, além do Oscar de Melhor Direção. E para completar, lembra também “Padrinhos de Tóquio” ou “Tokio Godfathers” de 2003, premiada animação de Satoshi Kon, que conta a história de um trio de desajustados que adotam uma criança recém-nascida encontrada no lixo (veja nossa crítica aqui mesmo).

Nessa mistura nada homogênea de convivência eles vão em frente, sobrevivendo com seus dramas pessoais, seus momentos de alegria e de confraternização, mas sempre com uma nuvem negra sobre as suas cabeças. Pois um segredo do passado pode a qualquer momento desestruturar de vez suas vidas.

Recomendo para quem curte cinema de arte. É um drama leve, quase uma comédia, mas carrega uma carga sentimental forte e poderosa.

Nota 7.8 de 10
IMDb: 7.9


terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Sem Tempo para Morrer (No Time to Die) – UK/USA 2021

Para mim, o mais fraco dos quatro “007” protagonizados por Daniel Craig. Talvez porque a escolha de Cary Joji Fukunaga como diretor, não tenha sido uma aposta muito feliz. O cara vem de uma carreira curta e sem muita expressividade e apesar de ter ganhado um Grammy pela série “True Dectetive” em 2014, acho pouco para encarar um projeto da grandiosidade de um James Bond. Além disso, ele colaborou no roteiro que para mim, está cheio de defeitos e incoerências, inclusive no desfecho final.

Uma pergunta que eu gostaria de fazer aos roteiristas e de quebra aos produtores: 

“Que direito vocês tinham de fazer isso?”

Bond está aposentado, apaixonado e quase casado. Sua namoradinha Medeleine (Léa Seydoux), vem de um passado problemático suspeito e obscuro.

Mas tio, como é que um cara vivo que nem o James Bond, foi namorar logo com uma mulher enrolada dessa?”

Pois é... ninguém explica como ele conheceu a garota.

Quando Bond sofre um atentado executado pela Spectre em pleno “ensaio de lua de mel”, a desconfiança bate e ele manda a moça catar coquinho (não confundir com catar cavaco).

Ela voltará à cena (é claro).

Cinco anos depois, Bond feliz e solitário, se mete a ajudar seu amigo da CIA Felix Leiter (Jeffrey Wrigth) a botar a mão numa arma biológica capaz de matar por simples aproximação, alvos identificados por DNA. Nessa parte do filme, vamos conhecer a melhor nova personagem da história: a agente Paloma (Ana de Armas), uma espécie de free lancer, maravilhosa.

E também ficamos conhecendo a nova 007, que não tem nem de longe o carisma de um 007. Só por comparação: George Lazenbi em “A Serviço Secreto de Sua Magestade” de 1969, o James Bond mais sem graça da franquia, dá de dez a zero na moça. 

Daí a ação segue por um caminho que já conhecemos: Bond salvando o mundo de vilões com uma arma terrível nas mãos, uma arma capaz de matar milhões sem qualquer possibilidade de defesa.

Correndo por fora e só aparecendo de fato no final, um tal de Lyutsifer (Lúcifer?) Safin (Rami Malek), um sujeito asqueroso quer faz parte do passado conturbado e não esclarecido da Madeleine.

Christophe Waltz “o Stavro Blofeld da Spectre” aparece só pra fazer uma graça e Ralph Fiennes “M” está eficiente como de costume. De resto, só tenho a dizer que fiquei revoltado com esta salada mista dessincronizada e aquele final indigno.

Malditos roteiristas, Bond não merecia ficar tão burro assim de repente.

A música tem "No Time to Die" de Billie Eilish, concorre ao Oscar de Melhor Canção.

Minha nota só não é mais baixa porque é James Bond... e é Daniel Craig, para mim, o melhor de todos até aqui.

Nota 6.8 de 10
IMDb: 7.4


sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Free Guy: Assumindo o Controle (Free Guy) USA 2021

Ryan Reynolds é o Guy, um caixa de banco certinho e rotineiro que não tem maiores preocupações na sua vidinha de personagem simplesmente adaptado à sociedade.

Numa cidade que ao mesmo tempo em que é cheia de ação, com roubos, assaltos, perseguições, explosões e uma confusão sem precedentes, não exibe muitos confrontos, porque todos aparentam estar bem adaptados a toda esta baderna.

Claro, estamos dentro de um jogo de videogame superpopular e Guy, nada mais é do que um NPC, um Non-Playable-Character. Ou seja: Personagem Não Jogável.

Acontece que o “cara” é contemplado com uma dose de sorte (na real, um vírus) e passa a interagir, não só com os personagens “jogáveis” do jogo, com também com o avatar de uma das jogadoras: Millie (Jodie Comer), a assassina com cara de boazinha da série “Killing Eve”. E atenção na moça, porque ela também está em “O Último duelo” de Ridley Scott.

Bom, já dá para imaginar que vai rolar um certo “clima” entre os dois e que os jogadores de todo o mundo, vão começar a prestar atenção na dupla. Isto é claro, vai despertar um certo ranço do cara que é dono da bagaça : Antwan (Taika Waititi), o diretor de Jojo Rabitt, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme em 2020.

Filme bonitinho, cheio de ação, de personagens fofinhos e com um visual bem videogame. Mesmo que você não curta muito esse universo de games, deve dar uma conferida, o filme agrada e rende boas risadas.

Participações pra lá de especiais:

Channing Tatum, Hugh Jackman, Dwayne Johnson, Tina Fey, John Krasinsky e Chris Evans.

Dirigido por Shawn Levy, cara que andou dando uns pitacos em Stranger Things, inclusive levou Joe Keery (o Steve Harrington da série), para o elenco.

Está concorrendo ao Oscar de Efeitos Visuais. Tem chance, pelo que se nota, o visual deu um trabalhão para os designers.

Divirta-se.

Nota 7.0 de 10
IMDb: 7.2


Foundation 1ª Temporada – USA 2021

 
Comecei a ver com a expectativa lá em Marte, iludido que se tratava de uma série baseada em obra de Isaac Azimov, já que o nome dele aparece nos créditos iniciais e também porque a série está com uma boa avaliação no IMDb.

Assisti dois episódios e no terceiro parei.

A série é uma chatice com uma carga excessiva de embromation. A atriz Lou Llobell que interpreta a protagonista não está bonita, não tem carisma e parece não ter “amor à camisa”, tudo que vem dali, a mim parece um tanto desanimado.

Ela tem um namoradinho que nada mais é do que um personagem empurrado na história, só para gerar um romance.

O imperador (Lee Pace) também não agrada à primeira vista como um bom vilão e com o tempo, vai piorando. Acho que só se salva mesmo os razoáveis efeitos gráficos e o ótimo Jared Harris (Chernobyl), mas é muito pouco para justificar o meu (e o seu) tempo em frente à tela.

Cada episódio tem perto de uma hora de duração  e pelo andar das naves, isto não vai acabar nesta primeira temporada.

Na trama, uma ascendente no ramo da matemática avançada (tão avançada que pode prever o futuro), é enviada junto com o seu mentor e mais um bando de gente para um planeta deserto, porque o gênio previu que o império desmoronará dentro de mil anos... é... mil anos e eles estão preocupados... Nosso país corre o risco de desmoronar nos próximos quatro e ninguém está dando bola, pelo contrário tem gente conspirando pra isso...

Por que estão sendo enviados pra lá? Por causa da previsão pessimista do professor e também porque a mesma previsão diz que se ele for executado como queria o imperador, o império desmoronaria em 500 anos... muito conveniente concordam?

Enfim, a enrolação é a pior coisa da série, isto, somado aos outros defeitinhos, me desabilita de continuar acompanhando...

Deixei de lado e comecei ver “Resident Alien”. Muito melhor.

Nota 5.5 de 10
IMDb: 7.4


Dias Perfeitos (Perfect Days) - Japão/Alemanha 2023 nota 7,8

Indicado ao “ Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ” e dirigido pelo prestigiado  Wim Wenders “ Asas do Desejo ”, “ Paris Texas ”, Dias Perfei...