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domingo, 30 de janeiro de 2022

Fogo Cruzado (Copshop) – USA 2021 nota 7,0

Mais um bom filme de ação do diretor de “Mate ou Morra” de 2020, veja nossa crítica aqui mesmo.

Fiel à sua marca registrada, John Carnahan, entrega um filme movimentado, com muito tiroteio, violência e bom humor.

Começa com Teddy (Frank Grillo), um fugitivo carregando uma bolsa azul em uma estrada deserta de uma cidade interiorana. Para escapar de Bob (Gerard Butler), o assassino no seu encalço, ele dá um jeitinho de ser preso e contar com a proteção da polícia, acontece que o seu perseguidor acaba tendo a mesma ideia e os dois em cana, vão promover um verdadeiro pandemônio dentro da delegacia, auxiliados por um psicopata e um policial corrupto.

Destaque positivo para Alexis Louder como Valerie, a única policial com miolo dentro da cabeça, porque os colegas da moça são burros, muito burros, aliás, bota burro nisso.

Se você gosta de filmes policiais com bastante ação, não perca. Esse é dos bons.

Nota 7.0 de 10
IMDb: 6.2


Bar Doce Lar (Tender Bar) - USA 2021 nota 6,7

Dirigido por George Clooney a partir de um romance autobiográfico de J. R. Moehringer, conta a história desde a infância de JR (Daniel Ranieri / Tye Sheridan), um escritor que desde pequeno, já se revelava com uma inteligência acima do normal para escrever histórias e decifrar charadas.

A história não se aprofunda muito no terreno dramático e o filme flui suave, mostrando a infância do garoto em Long Island, sempre orientado pelo seu tio Charlie (Ben Affleck), o dono do bar do título, já que o pai do garoto, um radialista conhecido por “A Voz” (Max Martini), deu no pé e o menino só o conhece pelos programas de rádio. A mãe batalhadora (Lily Rabe) e o avô malucão (Christopher Lloyd), completam a família.

Filme leve e sensível, com um bom elenco, direção segura, personagens simpáticos e nada mais. É ruim? Não. Mas fica entre o drama e a comédia, sem avançar muito para um lado, nem para o outro.

Simpático e com uma boa trilha sonora, é pré-candidato a algumas categorias ao Oscar 2022. Vamos ver.

Nota 6.7 de 10
IMDb: 6.8


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

King Richard: Criando Campeãs (King Richard) - USA 2021 nota 7,0

Apesar do filme mostrar a infância, adolescência e início de carreira das irmãs Williams, Vênus e Serena, não é exatamente sobre elas e sim sobre o pai, como já entrega o título.

Richard Williams foi o homem que planejou a carreira das suas duas filhas mais promissoras como jogadoras de tênis, as outras meninas, eram cinco filhas ao todo, seguiram outras carreiras profissionais.

Para mim, o filme centra demais em Richard (Will Smith) e deixa um pouco de lado todo esforço da mãe Oracene (Aunjanue Ellis), que se desdobra no trabalho e nos afazeres domésticos, para que o marido corra atrás de quadras e equipamentos para treinar as meninas, sempre na sua simpática perua Kombi, vivendo em um bairro barra pesada e sendo constantemente ameaçados por uma gang, da qual o líder, vive querendo dar uns pegas em uma das suas filhas, inclusive agindo com violência contra Richard.

Mas essa parece ter sido toda a dificuldade encontrada por ele para concretizar o seu sonho, as coisas sempre correram bem demais devido ao talento das duas. Com isso, as picuinhas e as tetras que acontecem, são na maioria dentro da própria família.

O velho Richard era turrão, boca dura, rígido, controlador e tudo tinha que ser feito do jeito dele, embora parecesse que em certas horas, ele estava indo pelo caminho do absurdo, recusando propostas milionárias e não permitindo a participação das filhas em torneios juvenis.

Mas mesmo assim, o filme não cansa, o tênis jogado, tanto nos treinos, quanto nas partidas, é empolgante e deve agradar a todos que tenham pelo menos um pouquinho de conhecimento do esporte.

Eu gosto bastante e sempre que posso, não perco uma boa disputa, ainda mais quando envolve jogadores de nível, talvez por isso, eu seja meio suspeito para falar.

Tem gente apostando em Will Smith como provável vencedor do Oscar De Melhor Ator de 2022. Acho que é bem possível, mas me incomodou um pouco a composição da sua aparência. Enquanto o verdadeiro Richard com o seu visual desleixado, tinha um certo estilo, em certas sequências, Will Smith ficou mais para um morador de rua (nada contra eles), só acho que pecaram nesse quesito.

Participação do sempre eficiente Jon Bernthal e Tony Goldwin.

Trilha sonora diversificada e de muita qualidade:

Nina Simone cantando Bob Dylan, Stone Temple Pilots, Bananarama, M. Myster, Journey, Kenny Rogers, Scarface, Green Day, Beyoncé, Dolly Parton, entre outros.

Nota 7.0 de 10
IMDb: 7.6


domingo, 23 de janeiro de 2022

A Tragédia de Macbeth (The Tragedy of Macbeth) - USA 2021 nota 7,0

Dirigido pelo mais velho dos irmãos Coen, é (evidente) mais uma adaptação do conto clássico de William Shakespeare.

Joel Coen resolveu filmar tudo em preto e branco e com a telinha quadrada, 4:3, lembrando as filmagens em Super 8, mas longe de uma visão que nos lavaria a um visual do passado, o filme surpreende e passa uma imagem de coisa moderna e inovadora. Talvez pela irretocável fotografia em preto e branco deixando difícil a gente imaginar o filme em cores. Com certeza, não teria o mesmo efeito e o impressionismo do nevoeiro, presente em vários momentos e o impacto de cada cena, cenário, olhares e expressões captados magistralmente pela câmera do diretor.

Para quem não conhece a trama, Macbeth (Denzel Washington), fiel soldado do rei Duncan (Brendan Gleeson), torna-se seu amigo e protegido, por ter vencido várias batalhas e se mostrado valoroso guerreiro. O que o rei não sabe, é que ele, encantado pela previsão de três irmãs bruxas de que um dia se tornaria rei, resolve adiantar o processo incentivado pela sua esposa Lady Macbeth (Frances McDormand).

Recheado de traição, paixão, cobiça, falsidade, inveja, crueldade, fome de poder, loucura, ingredientes usuais nas obras do mestre da dramaturgia teatral. Só o que incomoda um pouco, é a linguagem shakespeariana dos personagens divagando sozinhos, antes ou depois dos seus atos.

De resto, um filme de alta qualidade, que deve abocanhar algum Oscar, pois está indicado nas seguintes categorias:

Melhor Ator - Denzel Washington

Melhor Fotografia

Melhor Design de Produção

Com Harry Meeling (o garoto sem membros de “A Balada de Buster Scroogs), Stephen Root da ótima série “Barry” e Brian Thompson, o vilão de “Stallone Cobra”.  Brian Thompson participou de uns trocentos filmes nas décadas de 1980 e 1990.

Recomendado para despertar o cinéfilo que existe em você. 

Nota 7.0 de 10
IMDb: 7.4


sábado, 22 de janeiro de 2022

Eternos (Eternals) – USA 2021 nota 6,0

Novelão mexicano com super heróis, brega de dar vontade de entrar debaixo do sofá e com algumas situações constrangedoras.

E olha que temos gente grande no elenco, apesar de também termos gente bem feinha se passando por importante.

No começo dos tempos, os deuses celestiais criaram os Eternos, um grupo de heróis superpoderosos para viver aqui na Terra e combater os Deviants, criaturas alienígenas de outro planeta que se alimentavam das almas dos humanos.

Acontece que o tempo foi passando e esses heróis, depois de alguns milhões de anos, tendo exterminado a raça dos Deviants e por isso, não tendo muito mais o que fazer, decidem matar o tempo (como diz a letra de "Time" do Pink Floyd), se adaptando aos costumes terrestres e agindo como seres humanos. Cabeça vazia, oficina do Diabo...

Agora vamos a alguns absurdos:

Os deuses criaram seres superpoderosos, que podem voar, se locomover mais rápido do que o The Flash, outra que pode curar qualquer ferida e também transformar as moléculas das substâncias, transformando uma coisa em outra, dentro de segundos. Então, porque um deles não tem o poder da fala e tem que usar a linguagem dos surdos-mudos para se comunicar? Ah... vai cagá né... (sei que é adaptação de quadrinhos criados por Jack Kirby em 1976, mas...)

Outra coisa: eles precisaram viver milhões de anos para desconfiar que tinha caroço no mingau? Que nem tudo era o que parecia ser? Tenha dó...

E além disso, (devo acrescentar que não tenho nada contra a diversidade), não gosto quando forçam a inclusão desse tema nas histórias. Em certos tipos de trama, tudo bem, mas em Eternals, para mim, nada a ver.

E a coisa ficou muito brega com todo aquele ciúme, os piripaques da Thena e... deixa pra lá, se não vai dar spoilers.

Elencaço:

Salma Hayek, Angelina Jolie, Barry Keoghan, Ma Dong-seok de “Invasão Zumbi, Bill Sakarsgard, Richard Madden  de “1917” e “Rocketman”, Kumail Nanjiani de “Doentes de Amor” e “MIB 3.

Efeitos especiais que devem ter consumido mais da metade da verba de 200 milhões de verdinhas.

Mesmo assim, um filminho xôxo e sem emoção dirigido por Chloé Zhao, a vencedora do Oscar 2021 por “Nomadland”, embora dizem as más línguas, que quem dirigia de verdade era a Frances McDormand. Igual o Pelé na Copa de 70, que mandava o Zégalo fazer as substituições e ele obedecia.

Nota 6.0 de 10
IMDb: 6.5


Black Summer 2ª Temporada - USA 2021 nota 7,3

Melhor do que a primeira temporada, que foi mais basiquinha com o início do apocalipse de mortos vivos e todo mundo tentando se salvar das mordidas e chegar no hangar, onde o exército estava recolhendo as pessoas e levando para um local seguro.

Agora, a trama toda envolve alguns grupos de sobreviventes que parecem ter declarado guerra uns contra os outros e é tiroteio pra todo lado e matança o tempo todo, com a zumbizada furiosa e endoidecida tentando meter dentada em todo mundo.

A história não segue um cronograma básico, muitas vezes dá a impressão que pulamos um episódio, porque as coisas já começam diferentes de como terminou o anterior, mas depois, tudo é esclarecido em flashes backs.

O elenco continua encabeçado por Jamie King de “Sin City 2” como Rose, a mãe fodona que só tem um objetivo: manter viva a sua filha Anna (Zöe Marlett), não hesitando em mandar bala ao menor sinal de perigo.

Na minha opinião, bem melhor do que o atualmente cansado (e cansativo) Walking Dead que eu desisti de ver na sexta temporada.

Nota 7.3 de 10
IMDb: 7.6


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Ataque dos Cães (The Power of the Dog) 2021 – Inglaterra/Nova Zelândia nota 6,9

Western dramático em que não se dispara um só tiro, não há vilões e nem assaltos à Banco.

A trama toda envolve a vida de dois irmãos, um deles é George (o versátil Jesse Plemons), o outro é Phil (Benedict Cumberbatch).

George é gentil e educado, Phil é um puta de um casca grossa, mas conseguem administrar muito bem a rica fazenda de gado que os pais (pelo que dá a entender), deixaram para eles tomarem conta. 

Então George se apaixona e num casamento relâmpago leva a ex-viúva Rose (Kristen Dunst) e seu filho Peter (Kodi Smit-McPhee de “Oeste Sem Lei” e “X-men Apocalipse”), para morar com eles. A partir daí começam os problemas.

Eu achei que a história se desenrolaria por um lado, mas acabou indo por um caminho totalmente diferente do que eu esperava.

É um bom filme, bem contado, com um ótimo elenco e a participação da garota Thomazin Mckenzie de “Last Night in Soho” e “Jojo Rabitt”, (veja as nossas críticas aqui mesmo) e ainda uma pontinha do bom e velho David Carradine.

Uma história curtinha, contada de maneira intensa, numa narrativa lenta, na qual não há um segundo de ação, mas mexe com os nervos e deixa a gente incomodado e pouco à vontade em vários momentos.

Tem gente apostando em Oscar e pode até ser que leve alguns, pois vem ganhando prêmios em outros festivais, mas não é uma barbada, vai depender dos outros concorrentes.

Nota 6.9 de 10
IMDb: 7.0


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Apresentando os Ricardos (Being the Ricardos) – USA 2021 nota 6,5

Os bastidores das filmagens da série de maior sucesso da CBS.

Dizem que na época, “I Love Lucy” chegou a ter 60 milhões de espectadores nos Estados Unidos.

A série que iniciou no ano de 1951, teve seis temporadas e foi até 1956.

Entre brigas, discussões, clima pesado e muitas reclamações por Lucile Ball se meter no roteiro, querendo mudar tudo a toda hora, o restante do elenco, roteiristas e diretores vão se aguentado. O marido de Lucy na vida real Desi Arnaz, um cubando naturalizado americano (interpretado pelo ótimo Javier Barden, indicado ao Oscar de Melhor Ator Principal), foi o seu par durante todas as temporadas e estava sempre presente defendendo os pitacos da sua exigente esposa.

As cenas engraçadas ficaram em sua maioria para J. K. Simmons como William Frawley (Indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante) e Nina Arianda, como Vivian Vance que viviam se alfinetando nos bastidores.

O filme é bom, embora fique cansativo em alguns momentos, devido ao roteiro um tanto amarrado. Não sei se poderia ter sido de outra forma, ainda bem que temos o carismático J.K. Simmons, ele é o cara que dá aquele refresco sempre que as coisas começam a ficar chatas.

Alguns críticos dizem que o diretor Aaron Sorkin (Os Sete de Chicago), não deveria ter abordado a política (Lucille foi acusada de simpatizar com comunistas, o que na época, poderia gerar um certo “cancelamento”, como se diz hoje). Acontece que essa parte da história é que gera a cena mais empolgante no final do filme, isso na minha opinião.

E é isso, um filme de duas horas que quando termina, parece que chegamos ao fim de uma minissérie.

Nicole Kidman (que já viveu outra personagem de série de sucesso), A Feiticeira em 2005 (filme que foi estragado pela má escolha do feioso Will Ferrell como o esposo).

No elenco ainda temos o simpático Clark Gregg, o Agente Coulson de "Os Vingadores".

Para quem curte o gênero, vale uma espiada, se não for o caso, passe longe. Eu estava assistindo à noite e dormi no sofá, terminei no outro dia.

Nicole Kidman fez plástica? Se fez, ou não, a mulher está indicada ao Oscar de Melhor Atriz Principal). Veremos.

Nota 6.5 de 10
IMDb: 6.6


Halloween Kills: O Terror Continua (Halloween Kills) - USA 2021 Nota 5,5

Quando procurei a opinião de alguns críticos, pensei: “ah... não deve ser tão ruim assim... é Halloween pô”. Na verdade, não é tão ruim mesmo, mas só se você encarar o filme como uma comédia, caso contrário... meu Pai...

O filme é uma continuação do último “Halloween” de 2018, que terminou com Laurie e sua filha botando fogo na casa depois de ter encurralado o terrível Michael Myers no porão e trancado o velhinho lá. É... pelo cronograma, ele deve estar perto dos 70, assim como Laurie (Jamie Lee Curtis), que tá só o pó da rabiola.

Logicamente e esperadamente, o sujeito escapa, auxiliado por uma burrice coletiva e a competência do Corpo de Bombeiros da cidade. (é competência mesmo... pode conferir).

E então Michael Myers continua sua matança indiscriminada pela cidade, que de repente tem um líder revoltoso e um slogan maldito dizendo “O mal tem que morrer”... arre... Parece que todos na cidade de Haddonfield, na velha Illinois, tomaram uma espécie de Tônico da burrice aguda. É gente querendo matar o Michael com um canivete, outra tentando derrubar o cara com uma sacola cheia de tijolos e um grupo com dois casais, um casal de velhos e um casal de adolescentes que resolvem enfrentar sem pedir ajuda, o cara que matou onze bombeiros armados com picaretas... pode?

Vítimas mentecaptas, coincidências e acasos a favor do assassino, planos mirabolantemente saídos da cabeça de quem não tem massa encefálica e nos raros momentos em que é atacado, Michael leva facadas, tijoladas, tiros, e mesmo assim, continua deitando e rolando. É claro que chega uma hora que você vai torcer pro assassino. “Vai Michael, mata logo essa ameba em forma de ser humano”. É por aí...

Sinceramente, se não fosse para levar na base da comédia, eu não teria terminado de ver o filme, o grau de burrice apresentado pelos cidadãos, só pode ter sido propositalmente ideia dos roteiristas.

E no final... a cereja do bolo... não vou dizer nada para não gerar spoilers, se você conseguir chegar no fim, vai saber do que eu estou falando, mas meu conselho é: deixa pra lá, vai assistir o Chaves ou um bom filme reprise que você ganha mais... 

Nota 5.5 de 10
IMDb: 5.6


domingo, 16 de janeiro de 2022

O Túmulo dos Vagalumes (Hoturo no Haka) - Japão 1988 nota 8,3

Em 1945, nos estertores da segunda guerra mundial, duas crianças, Seita, um adolescente e sua irmãzinha Seitsuko, perdem a mãe em um bombardeio.

Com o pai na linha de frente, eles são acolhidos por um casal vizinho, que está mesmo interessado em se apoderar dos poucos bens da família, saqueando a casa deles, quase que totalmente destruída pelo fogo.

Não demora para que o garoto perceba as verdadeiras intenções dos vizinhos “samaritanos”, então eles iniciam uma longa jornada rumo à cidade grande, para tentar sacar o dinheiro que a família tem em um banco, e assim sobreviver até o final da guerra e o retorno do pai.

Nessa jornada, as crianças vão conhecer como a fome e o desespero causados pela guerra, fazem com que as pessoas se tornem cruéis, egoístas e desumanas.

Por outro lado, mostra a pureza de Seitsuko e a sua infantil resignação, diante da fome e da dor de sua perda.

O filme é triste, chocante e só não machuca mais porque é uma animação, coisa que pelo menos pra mim, tira um pouco do impacto, mesmo assim, fica difícil segurar as lágrimas.

Grande clássico do diretor Isao Takahata, uma pena que a Academia de Hollywood só passou a premiar a Melhor Animação a partir do ano de 2002. Este filme sem dúvida, seria um belíssimo concorrente ao Oscar, na categoria.

É uma história humana e desumana, alegre e triste, suave e cruel, uma luta da pureza contra a maldade, onde, apesar de tudo, a pureza vence.

Indicado pra quem deseja colocar um filme inesquecível na prateleira da memória.

Nota 8.3 de 10
IMDb: 8.5


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Não Olhe para Cima (Don’t Look Up) - USA 2021 nota 8,0

O cientista doutor Mindy (Leonardo DiCaprio) e sua auxiliar Kate (Jennifer Lawrence), descobrem que um cometa está em rota de colisão com o nosso planeta. Pelo tamanho da bagaça, o estrago vai ser grande, equivalente ao meteoro que caiu na era jurássica e deu fim aos dinossauros, ou seja, o ser humano só tem seis meses para desfrutar da sua existência infame e autodestrutiva.

A primeira coisa a fazer é alertar as autoridades, mas eles vão ter que enfrentar burocracia, indiferença, deboche, pouco caso, piadinhas e políticos preocupados em perder votos por divulgar notícia ruim.

O filme é uma sátira ao mundo político e à mídia intencionalmente burra, que aposta em espectadores burros, porque a qualidade intelectual do ser humano cada vez mais se aproxima dos níveis mais baixos da mediocridade. Uma exposição bem humorada da hipocrisia e do egocentrismo humano e uma crítica ao endeusamento da tecnologia e das celebridades vazias e sem sentido.

Eu gostei do filme pela história, pela sátira e por mostrar (para quem ainda não percebeu), a artificialidade do ser humano de hoje em dia.

Vi alguns comentários e fiquei surpreso ao ver gente criticando o filme, por mostrar uma coisa que já está evidente. E daí? Não vejo que mal há nisso. Eu tenho a minha opinião e não abro mão dela. Gostei bastante e além de tudo temos um elenco de estrelas (além dos já citados), pra ninguém botar defeito:

Meryl Streep, Jonah Hill, Ariana Grande, Timothée Chalamet (o novo queridinho de Hollywood), Ron Perlman (o Hellboy mais feio que o próprio Hellboy), Rob Morgan, Himeshi Patel (Yesterday), Melanie Lynskey, Cate Blanchet e Mark Rylance, Oscar de Ator Coadjuvante por “A Ponte dos Espiões”, como o mega empresário que vai resolver tudo na base da tecnologia (Mark Rylance é bom dimais, é daqueles personagens que a gente adora odiar...).

O diretor e roteirista Adam MacKey tem uma longa lista de comédias no currículo, a maioria como produtor e roteirista. Em 2015 dirigiu “A Grande Aposta”, filme que teve várias indicações ao Oscar e levou o de Melhor Roteiro Adaptado

Recomendo a todos que assistam, eu com certeza, vou assistir de novo.

Concorre ao Oscar de Melhor do Ano, pro meu gosto, o favorito, mas acho que dificilmente ganha.

Atenção: Tem cenas durante e após os créditos, como isso não é costume da Netflix, estou deixando a dica. 

Nota 8.0 de 10
IMDb: 7.3


quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Ted Lasso 2ª Temporada USA 2021 nota 8,8

Tão boa quanto a primeira temporada, Ted Lasso (Jason Sudeikis) o treinador do Richmond, time inglês da Segunda Divisão, continua o cara gente boa, alto astral e por mais a situação esteja caótica, ele consegue elevar os ânimos de todos.

Além dele, seus amigos mais chegados, Beard (Brendan Hunt), Nathan (Nick Mohammed), Rebecca a chefona (Hannah Waddingham), Jeremy (Jeremy Swift) Keely (Juno Temple) e o hilário e mal-humorado Roy Kent (Brett Goldstein), são um show à parte e nessa segunda temporada, eles ganharam mais histórias individuais cada um. Além disso, temos personagem nova chegando, a doutora Sharon (Sarah Niles) que chega para trabalhar a cabecinha dos jogadores e de quebra do próprio treinador, Ted Lasso.

A série sobre um time de futebol, em que o futebol é o que menos importa, não se agarrou na zona de conforto, como acontece muitas, mudou tudo e continua tão boa quanto a primeira temporada.

Se você quer espantar o mal humor ou dar uma injeção de alto astral no seu dia, assista. São só nove episódios de 30 minutos.

Altamente recomendável.

Nota 8.8 de 10
IMDb: 9.0


terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Shang-chi e a Lenda dos Dez Anéis ( Shang-chi and the Legend of the Ten Rings) – USA 2021 7,3

Aventura legal, bem movimentada, com muita luta, fantasia, dramas, bom humor, enfim, o pacote completo de um filme da Marvel.

Não há muito o que falar, a história conta a origem de Shang-chi, o garoto criado pelo pai para ser um assassino treinado que herdará o império dos Dez Anéis, uma sociedade criada por um ser imortal com mais de mil anos de existência.

Acontece que o menino, saiu à mãe é do bem, por isso foge para os Estados Unidos na intenção de ficar longe daquele tipo de treta milenar.

Mas seu pai vai encontra-lo e ele será obrigado a voltar e se envolver numa guerra do bem contra o mal (é lógico) e salvar a comunidade secreta onde sua mãe nasceu e de lá saiu contra a vontade da família, para se casar.

De quebra Shang-chi (Shimu Liu), vai se unir a Trevor Slattery (Ben Kingsley) o “Mandarin”, vilão de mentirinha que apareceu em “O Homem de ferro 3”.

O elenco ainda conta com a rapper Awkwafina de “Jumanji 2” e Michelle Yeoh (sempre ela).

Indicado ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais, tem grandes chances.

Vale o ingresso.

Nota 7.3 de 10
IMDb: 7.5


A Filha Perdida (The Lost Daughter) USA 2021 – 6,8

Leda (Olivia Colman) é uma professora de Filosofia que vai passar férias em um resort grego.

O que parecia um local tranquilo e paradisíaco, logo é invadido por uma família numerosa, com crianças, casais que não se dão, uma mulher grávida e um batalhão de jovens barulhentos e mal educados.

Leda procura se manter afastada, mas disfarçadamente mantém uma atenção quase psicótica em relação a eles e logo, um contato não muito amigável, acontece.

Filme sufocante da estreante Maggie Gyllenhall (a Rachel de "Batman O Cavaleiro das Trevas"). O filme é denso e a gente sente um certo incômodo o tempo todo. São olhares fixos, cheios de malícia, intenções ocultas, um clima desagradável que aos poucos vai nos mostrando que Leda sofre de um certo tipo de desequilíbrio psicológico, por conta de um segredo do passado. Em flashes vamos sabendo um pouco sobre sua vida de jovem mãe e a sua relação conturbada com o marido e suas filhas de sete e cinco anos. Além de tudo, uma garotinha, filha do casal que não se dá, parece exercer um certo fascínio sobre ela.

Além da intensa Olivia Colman (que atriz!!!! Concorre com muita justiça ao Oscar de Melhor do Ano) o elenco ainda conta com astros de renome: Ed Harris, Dakota Johnson, Jessie Buckley (muito requisitada ultimamente e concorrente séria ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante) e Peter Sarsgaard.

Gostei do filme, apesar de não ser uma obra fácil de digerir, me prendeu do início ao fim, só que eu fiquei em dúvida em relação ao título. Será que o significado é o que eu acho que é? Confira, depois me conte o que você achou. 

Trilha sonora perfeitamente encaixada com canções de Sophia Loren, Judy Garland, Talking Heads, Franz Schubert, Roberta Flack e Jon Bon Jovi.

O filme ainda concorre ao Oscar 2022 de Melhor Roteiro Adaptado.

Se o tema te atrai, não perca.

Nota 7.0 de 10
IMDb: 6.9


quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Deus Abençoe a América (God Bless América) – USA 2011 Nota 6,9

Frank Murdoch é um cara que foi abandonado pela esposa e por tabela pela filhinha, depois é demitido do emprego e ainda por cima é diagnosticado com um tumor no cérebro. Só estava faltando o valentão do bar tomar seu veneno... (brincadeira).

Disposto a fazer alguma coisa útil, apesar do seu estado, ele, auxiliado por uma garota doida de pedra, começa a dar cabo das pessoas chatas, insensíveis e repulsivas que ele vê na TV ou encontra pelo caminho.

É na linha de “Um Dia de Fúria” filme de 1993 do diretor Joel Shumacher com Michael Douglas, mas aqui a narrativa segue um caminho mais cômico e escrachado, chegando a mostrar (numa cena imaginária), o Frank atirando no bebê chorão do vizinho que não o deixa dormir.

O ódio não fica tão caracterizado e a parceria tira um pouco da revolta do protagonista, transformando a trajetória numa relação quase paterna (afinal ele sente falta da sua filha).

O filme diverte, mas dá suas derrapadas, perdendo o ritmo em certos momentos e atropelando o limite da verossimilhança em outros. Além disso, falta harmonia na dupla em algumas sequências.

Mesmo assim, vale uma conferida.

Trilha sonora com base em Alice Cooper, incluindo “I Never Cry” nos créditos.

Nota 7.0 de 10
IMDb: 6.9


terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Finch – USA 2021 nota 7,0

De olho no Oscar 2022, Tom Hanks é o Finch do título, um sobrevivente (parece ser o único) do holocausto, em um mundo destruído pela radiação gama, depois que a camada de ozônio se transformou em um “queijo suíço” (palavras do próprio personagem). Ele vive ameaçado por furacões, tornados, tempestades de areia e descargas elétricas.

A comida é “garimpada” nos estabelecimentos abandonados e a todo momento as ameaças da natureza fazem com que ele tenha que sair correndo para o seu abrigo, onde vive com um cão e dois robôs, muito simpáticos (um deles com a voz de Caleb Laundry Jones de “Corra!” e “X-men: Primeira Classe”).

O filme tem vários pontos positivos, como o sempre ótimo Tom Hanks, uma direção segura de "Miguel Sapochnik" de "Repo-Man" filme de 2010, os cenários deslumbrantemente insólitos, o cão e os robôs, mas peca num quesito importantíssimo: A premissa. Para mim, faltou impacto (não vou falar mais, para não gerar spoilers).

Recomendo que você assista, porque é um filme agradável, interessante e engraçado. Se você não for tão crítico, ou veja algo que eu não vi, com certeza vai adorar, porque mesmo com os defeitos que eu considerei, gostei bastante.

Se você assistiu “Morte em Veneza” de Lucchino Visconti, filme clássico de 1971, vai se lembrar em uma das cenas.

Trilha sonora com direito à maravilhosa “Road to Nowhere” do Talking Heads

Nota 7.0 de 10
IMDb: 6.9


O Homem da Terra (The Man from The Earth) – USA 2007 nota 7,0

David Lee Smith é John Oldman, um professor universitário que reúne seus amigos mais próximos para uma despedida.

Depois de dez anos lecionando na cidade, ele vai embora. Os motivos? No começo ele não fala, mas aos poucos passa a contar uma história fantástica em que ele, precisa se mudar de tempos em tempos para não despertar a curiosidade das pessoas por não envelhecer.

Questionado, explica que é um ser com 14.000 anos de idade e que nasceu no tempo das cavernas.

Passadas as primeiras reações, um interrogatório se instala e a cada pergunta que ele responde, a dúvida de todos vai ficando cada vez mais difícil de ser esclarecida:

O homem é louco, ou tudo que ele diz é verdade?

Filme com um roteiro surpreendente que segura a nossa curiosidade até o minuto final.

Recomendo a todos.

Participação de Tony Todd, o “Candyman”, numa atuação surpreendente (sempre achei ele um canastrão, mas aqui, o cara mandou muito bem).

Nota 7.0 de 10
IMDb: 7.9

domingo, 2 de janeiro de 2022

The Matrix Resurrections (USA) – 2021 Nota 6,7

Básico.

Trivial.

Mais do mesmo.

Mas... é Matrix e só por isso, já vale uma conferida.

20 anos se passaram desde o desfecho da história em “The Matrix Revolutions" de 2003. Neo (Keanu Reeves) é um cara famoso que sob o pseudônimo de Tomas Anderson, criou um “game” chamado Matrix.

Apesar do sucesso, ele sofre com seus transtornos mentais (claro) e é tratado por um analista (Neil Patrick Harris), que vive lhe empanturrando de pílulas azuis.

Até o dia em que (depois de 20 anos...), Neo encontra Tiffany (Carrie-Anne Moss) numa biblioteca e passa a ligar os pontos, pois ela é a cara (também pudera), da “Trinity” personagem do seu jogo.

Paralelo a isso, uma equipe de sobreviventes do holocausto Matrix, habitantes de Zion governada por "Niobee" (Jada Pinkett Smith)  descobre onde o corpo do verdadeiro Neo está hibernando.

A história se resume em resgates, com todas as nuances e matrixisses dos outros filmes. Lutas coreografadas, tiroteios, superpoderes, nada se criou, nada se perdeu, como diria Galileu...

Não foi o Galilleu? Tá bom, foi Lavousier, mas é que não rimava...

A diretora Lana Wachowski tem histórico na franquia.

A melhor novidade: Jessica Henwick (do ótimo “Amor e Monstros”), como “Bugs”.

O filme não compromete, diverte sem muitas novidades. Não precisava, mas... dá pra ver...

Nota 6.7 de 10
IMDb: 5.7


sábado, 1 de janeiro de 2022

Bons Meninos (Good Boys) – USA 2019 Nota 7,6

Ao primeiro olhar, torci o nariz.

Que graça um senhor de meia idade iria achar numa comédia, em que os protagonistas principais são três meninos pré-adolescentes? Acho que já estou um tanto adulto para não perder tempo com trivialidades.

Mas lendo um pouquinho sobre o filme e ouvindo algumas críticas de comentaristas com os quais eu me identifico, resolvi dar uma olhada.

E não é que eu gostei?

Gostei e gostei bastante por sinal, em alguns momentos até bateu certa emoção... e olha que o filme é uma comédia.

Na trama (se é que podemos chamar assim), três amigos do ensino básico se metem numa fria ao tentarem avançar no terreno da sexualidade, afinal, já estava na hora.

As pataquadas paralelas giram em torno da procura de Max (Jacob Tremblay de “O Quarto de Jack” e “Doutor Sono”) que tenta descobrir como se beija, porque está apaixonado por Brixislee (Millie Davis), uma colega da escola que ele imagina, vai ter a grande oportunidade de beijá-la em uma festa.

O melhor do filme é que é politicamente incorreto, com os pentelhinhos se envolvendo com bonecas sexuais, apetrechos adquiridos em Sex Shops, transporte de drogas, polícia, palavreado chulo, bullying e muita correria.

A produção tem participação de Seth Rogen e o diretor é envolvido com a ótima “The Office” (uma das minhas séries favoritas). Está explicado né...

Presença do esquisitão Stephen Merchant.

Divertido, movimentado e honesto. E apesar de terem forçado a ingenuidade dos moleques em algumas sequências, isso não atrapalha, só deixa o filme mais agradável.

Não é uma Sessão da Tarde, podem assistir sem medo de enfadonhices...

Vale a pena.

Nota 7.6 de 10
IMDb: 6.7


O Espião Inglês (The Courier) – USA/UK 2020 Nota 6,8

Filme tenso sobre espionagem no período pré guerra fria, com o ótimo "Doutor Estranho", Benedict Cumberbach. Pena que não traz nada que já não tenhamos visto em outros filmes do gênero.

Baseado em fatos, é sobre um negociante inglês que é convocado pelo MI5 para uma missão: Entrar em território russo com a desculpa de fazer negócios e contatar um traidor bem intencionado que se dispõe a repassar segredos nucleares a fim de evitar que uma guerra entre Rússia e Estados Unidos venha a ocorrer.

Com todos os clichês do gênero, inclusive aquele em que o cara anda na rua e parece que todo mundo tá de olho nele, incluindo o cachorro parado na calçada, ele vai transportando segredos sempre com um cagaço danado e de quebra despertando os ciúmes da sua bela esposa Sheila (Jessie Buckley de “Eu Estou Pesando em Acabar com Tudo”), pois como todo espião amador, ele não pode contar para a esposa o real motivo de tantas idas ao país do Kremlin.

Dá pra assistir sem tédio, porque o elenco ajuda bastante, se não fosse isso, seria apenas mais um filminho qualquer flutuando pelos canais de streaming.

Nota 6.8 de 10
IMDb: 7.2


Dias Perfeitos (Perfect Days) - Japão/Alemanha 2023 nota 7,8

Indicado ao “ Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ” e dirigido pelo prestigiado  Wim Wenders “ Asas do Desejo ”, “ Paris Texas ”, Dias Perfei...